segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Quase esquecimento



Enquanto o céu corrói a maioria dos anjos sem inspiração
As paredes de fogo cercam seus pagamentos atrasados
Na tv estão guardados seus depoimentos suspeitos de assassinato

Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler
Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler
 

Quando as ruas apitarem seus sons de nocaute
E o silencio se espalhar pelo seu quarto

Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler
Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler


Na gaveta de cima estarão algumas retrospectivas intactas
Dos anos que passaram sem perceber

E as cartas que nunca chegaram 

Responderá a todas
Com escrita a mão
Longos parágrafos de amor e tendência para o próximo verão

Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler
Haverá tempo para a sétima sinfonia de Mahler

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ainda frio



Enquanto nada sai do lugar na terra dos que temem
Sem meus mapas do depois
Perco minhas historias em mim  
Aonde vai dar esse caminho de hoje ?
O dia segue com a imprecisão de quem é pai e filho bem intencionado
E jamais escreverá um livro sobre seus infernos

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Claridade



Uma alma se abre
A cada vez que o sol desmorona o dia
A lua se detém
Enquanto seus olhos moram em mim
A vida explode minha cabeça
Sonhos, realidade, moedas e metades

Debates políticos com o locutor do radio
Shows de rock na sala vazia
Chegue mais perto de mim
Nada no amor tem fim

Esta noite
As estrelas dançarão
Enquanto afino
Um violão de concreto e coração



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Lagrimas invulneráveis





Eu me cubro de pó
Dos pés as estrelas
Dos poros ao coração
Pelos olhos percebo o mundo
Mudo enquanto não me movo
Mesmo parado sinto
Mesmo distante
Ouço

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Introdução ao transeunte





Me perco em dicionários de apresentações
Quantas novidades entre planos e pulmões
Faz toda diferença esquecer as referencias

Extremos soletram sinais perpétuos
Quero ver as mudanças num pedaço de espelho
Faz toda diferença ter você por perto

Lá fora aberrações quase nos ajudam
Mas desculpas não passam de recursos gramaticais
Eu compreendo
Todo compasso segue o vento

Trabalhos científicos
Ordem alfabética
No fim o que complica
É o mar ? O Barco ? Ou a vela ?

Você concorda sem legendas
Eu fotografo seu olhar
Suas finalidades
Terminam ao começar

Probabilidades
Outro rascunho
Ficção
Durabilidade
Outro assunto
Opção





Terminologias apócrifas




Não custa testar
Vamos com calma
Perda profunda
Missão obrigatória
Não sou santo
Sonho alto
Estamos livres
Esperando uma opção

Não percebo o atual
Toda mudança é permanente
Percentuais mínimos
Me enquadram perfeitamente

Toda terminologia se apropria do mundo
Tua presença online esta prevista na Lei

Toda questão passa
Não tenho uma língua
Passar bem

São Paulo Sem Saída




Por uma flecha que te fure
Enquanto dança com moinhos
No cenário medonho dos meus sonhos

Ela cria os dias de setembro
E jamais reclama dos descontos
Sente medo e ama os contornos

Exijo a fala dos ignorados pela torcida
O que aconteceu?
Um empréstimo?
Alguma saída ?
Quanto você paga?
Com quantos pregos se faz uma crucificação?

Todo fim é pura continuação
Guardo pra mim essas linhas
E toda desmistificação

domingo, 30 de setembro de 2012

Atlas das aproximações






Em cada minuto me escondo
Fujo de tudo que é fujível
Troco o fusível pra clarear a erupção
Todo vulcão precisa de um fosforo
Toda forca precisa de um pescoço
Não a deixe esperar
Esta tudo armado só chegar
Quando chego

... surpresa

Sua mão esquece meus caminhos
Espera um mapa que não existe mais
Existíamos os dois
Agora só existe um
E o outro dentro de si
Hora em silencio
Hora em si mesmo

Quanto tempo podemos esperar?
Esquece a saída e volte
Volta ou outra saberá
Ouça tudo o que dizem
E veja tudo o que escondem
Este ano a terra gira
Até sairmos do lugar
E pararmos onde não se espera

... surpresa

sábado, 15 de setembro de 2012

O que vem lá ?






Olha a hora
Escuta a música
Escuta

Estou dentro da fala desta mulher que diz
coisas românticas
Estou aqui na recomposição que não sou eu

Vim de lá pra pegar a benção na metade do meu tempo
Que hora eu posso usar o orelhão e me calar?
Que hora o meu atraso chega à próxima estação ?
Preciso falar com quem acendeu o fosforo fugindo das chamas
Se você for de risada do ouro
Mas não desembarque fique aqui
Combinamos isso

Cuidado ao sentar nessa cadeira
Estou aqui no meio da testa e as meninas perceberam
E você onde esta ? Ai caramba queria falar
Estamos aguardando pra esvaziar a bexiga
Vou chegar
Coisa chata é a partida
Daqui vinte dias chegará o ontem precioso
E gargalharemos dentro do trem nas mãos do nada

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Firmeza-permanente estilo Hamlet


Não custa tentar
Vamos com calma
Perda profunda
Missão obrigatória 

Não sou surdo, louco ou certo
Estou faltando aqui
Então
Vamos esperar a opção

Meu filho oferece curso de
Não mudar de opinião
Percentuais mínimos
Se enquadra perfeitamente na máscara Brasil

Em função de toda terminologia
Totalidade
Tua presença on-line
Se apropria do mundo
Dos meus sonhos e dentes
De nós dois
Exatamente como previsto na Lei

Toda questão de brecha
Passa
Ofereci meu amor
Não tenho uma língua
Atendo a legislação
Tudo bem
Passa

Ponto nevrálgico
Junto o mar com o naufrago
Regulamento a profissão de Rei
Questão de qualificação
De carnificina
De dimensão
De voltar
De servir
De transação bancaria
De causa com frequência

Alguém já passou por alguma situação como esta?
Na verdade
Não
Festival de neologismos
No congresso dos Tios
Pra organizar o velório
Discurso inócuo
Ultra diferenciado

Desculpe-me
Já falamos sobre isso.

Pera lá
O que esperar destes Hamlets, Ophelias, Gertudres e Laertes?

Faz-se de tudo
Tudo se desfaz
Era
Fim
Fortinbras



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Enfim





Conversando sobre o infinito
Me convenci da eternidade
Diante dos instantes
Cedo ou tarde
Chega  antes

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fala minha língua



Teus sermões
Não abalam meus deuses
Meus pulmões não cabem em cartas
O que vou fazer por aqui?
O que vai ficar da vida?
Andaram pelo mundo
Atrás da minha alma
Eu estava dormindo até às 10
Não vão me convencer
Com essa ladainha
Em terra de oradores quem tem hora é rei
Toda Ordem merece ordenhar seu pastor
Desenham mapas na areia
Nos país do pergaminho
O que melhor sabem fazer
É Abrir caminho
Ouro
Aura
Euro
Urro

domingo, 10 de junho de 2012

Cara no muro


Cara no muro

Vou em frente
Cara no muro
Volto e enfrento
Cara no muro
Vasto o caminho
Cara no muro
Modifico o rumo
Cara no muro
Mastigo os dentes
Cara no muro
Remo mais
Cara no muro
Contra a maré
Cara no muro
Certifico o mar
Cara no muro
Cansei de remar
Cara no muro
Muito certo
Cara no muro
Volta ao mundo


Cara no muro

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sentado na calçada



No espelho ou no espaço
A insignificância é a mesma
Pequenos traços rabiscados dentro dos olhos de um menino
O sol segue seu caminho
Enquanto  paro pra pensar
O ponteiro do relógio marca o infinito
O tempo rói a vida
e me encontra distraído
Conferindo se já amanheceu
Nos olhos da noite
Um poema jogado no
Avesso da ilusão
Claridade nos olhos
Espero um reflexo diferente dos outros
Parecido comigo ou pouco mais amigo 
A chuva não vai passar
Nuvens dançam em volta do meu prédio
No vazio da escuridão cantam desesperadas sem me escutar
E clamam por eternidade
pelo passado
pela destruição
Há sete chaves meu silêncio
Diz sim a cada eu no espelho inverso
Hás sete passos da explosão
Que ira gerar todo universo

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um tal Sr. Adalberto Emiliano De Assunção



Existe um homem triste
Em algum lugar do Brasil
Bem te vi não vê
Cristo não crê
Anda cabisbaixo
O futuro não lhe move
O fundo do poço é seu lar
Cabe numa caixa de fosforo
Ou em qualquer elevador
Seu sol abaixo de zero
Mas ele vive
Até morrer atravessado
Pela Linha do Equador

Fim da Música



Acabou a sinfonia
Sinal de fumaça no céu
Cabe o seu coração entre um sonho
Ainda tem o mesmo som
Sem nenhum silêncio

Essa calma que não vem



Uma alma se faz mil
Ninguém viu o meteoro
De repente no meu olho
O inferno continua os mesmos
Outra cara no meu sapato
No meio fio havia uma prece
Ninguém sabia Ninguém riu
Em terra de ego quem tem um molho é rei
O esgoto são os outros
E o mundo acaba em bosta


Afazeres em Roma




Meu rosto na poça
Diz que é preciso pisar
E espalhar-me

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Memória sem calendário


Ouvi uma canção
Com melodia estridente
que lembrava os cantos dos Inuks de Praga
Antes de estenderem as bandeiras dos exércitos derrotados

Ouvi uma canção
Me soava familiar
Talvez saída do piano da tia Esther
Ecoando por Osasco
Numa noite de Janeiro
Ou do rádio de pilha num domingo frio em BH

Ouvi uma canção
Com uma letra de dar gosto
Lembraram os versos de Alighieri
Nas passagens da Comédia

Ouvi uma canção
Nunca me esqueci
Falava de tempestades e rugidos de trovão
Falava do amor do deus de Sales pelos que se sacrificaram na altar de Melthior
Falava dos estranhos que nos reconhecem na multidão
E das coisas que acompanham nossas vidas

Ouvi uma canção
Que nunca ouvi novamente
Esta sempre a tocar

Na memoria









Em Rosien - Portugal




Troca o verso pelo avesso
Diz que sabe sem certeza
Esconde o alvo do certeiro
Sai da frente correnteza
Cai no sono um motoqueiro
Acelera
Sinal vermelho

Atravessa na faixa de gaza
Melhor deixar a lua acessa
Ganha na loto nenhum isqueiro
Pede mais uma estrangeiro
Chega em casa cheio
Ama a cidade no travesseiro
Sonha
Com o labirinto do formigueiro

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A arte de cantar em túmulos

E o vento passa pra próxima página
 Ontem eu tive um sonho
 Hoje cheguei cedo
 Amanhã vamos rever
 Os planos de futuro

 No caderno do poeta - NUMEROS


sábado, 10 de março de 2012

Afoga-se ao remar

Entre a chuva e os dentes
O sol pede passagem
Você terá pela frente
O Amanhã

Falhas astronômicas mudam o céu de lugar
Você não me disse
Fiquei de perguntar
O segredo dos teus olhos
Esta no mapa ? Ou labirinto ?

Dispensou a esperança
Saldo do banco abaixo de zero
O trem sai
Você fica

Estarei por perto

E o medo
No espelho

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quedas e Saltos na Fronteira

Caem os restos deste céu em pedaços
Caem as grades de todas as prisões da nossa mente
Caem as vacas sagradas de um império esquecido
Caem as luas embandeiradas de uma nação extinta
Caem os olhos no prato de sopa de letrinhas
Em busca de um significado das palavras
Cain e Abel dançam tango em algum lugar de uma Buenos Aires ocupada por maquinas de fronteiras

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mesa pra dois na Estônia

Gostaria de te mandar uma carta
Mas seu endereço se perdeu na minha mente
Gostaria de te abraçar
Mas não há braços em torno do sol
Gostaria de mudar os rumos
Não há remos para os mundos dos olhos
Gostaria de te ouvir cantar
Mas em toda radio as noticias desabam
Gostaria de te ter aqui
Mas meu gosto anda tão estrangeiro ultimamente
Gostaria de arrancar teu sorriso da foto
Despejar pelo céu de São Paulo
E clarear meu caminho numa noite como esta

Cara

Quando teu chão começar a dar sinais de abismo
O labirinto se erguer a sua volta
Palavras voltarem todas as noites para devorarem teu fígado
O gosto seco da inveja não sair da sua boca
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo

Os olhos já vermelhos começarem a falhar
As fotos começarem te cercar como se só sobrasse você
A noite interminável volta a te encontrar diante do computador a toa
Seus amigos parecem distantes e não param de se afastar
Pra onde foram todos?
Teus livros já não te convencem mais
As pedras do xadrez se movem tão rápido
nenhum pensamento vê graça em acompanhar os movimentos
Seus pés também correm na escada rolante
Tente chegar
O relógio te diz que continuará atrasado
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo

No fim do labirinto deu de cara com o abismo
Cada palavra deixa um gosto de chão ao te devorar por dentro
Você no fundo dança suave com a inveja sua amante sem final
Todo o seu plano pela manhã é uma falha-minotauro
Quieto diante do computador
Onde eu fui parar ?
Tentou um movimento que desprotegeu o seu Rei e perdeu sua Rainha
Teus pés não respondem aos seus chamados
Olha no espelho e da de cara com o relógio
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo
Vá com calma

domingo, 5 de fevereiro de 2012

blusas para o inferno

A vista nunca foi tão cega
Das janelas dos teus olhos me olho no espelho
Onde guardo os lençóis da nossa noite
Onde agrado o choro do silêncio
Onde ando sem hora pra voltar

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Marmotas

Estão levando
Os olhos do céu diante de nossos olhos
Estão levando
O sol do povo em plena luz do dia
Estão levando
As asas do Ícaro-Terrestre em pleno vôo
Estão Nevando
Nas fogueiras da mudança em pleno fogo
Estão Uivando
Para as luas de saturno em plena lua cheia
Estão velando
As vitimas da pobreza em arcas de diamante
Estão dinamitando
As muralhas da calma na bolsa de valores
Estão valendo
O preço
Que nos oprime

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

adiante dos olhos

Grandes nuvens rasas de luz
Cheias de medo apagam o sol
Saltam aos olhos
Diante de ti
Dançando um tango
Pra se distrair
Voltas e voltas diante dos homens
De volta pra casa seu único azul
Caem de sono pelas horas distantes
Os homens passam
Mais rápido que antes
Não reconhecem mais
Quanto tempo faz?
Pra onde foram todos?
Me deixaram aqui
Nadando no céu estrelado
Lá vem outros
Outros vão
E eu aqui
Rodopiando minhas náuseas
No gigantesco azul dos deuses

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Corta Nuvens

Pra onde vai a lança
Além do meu alcance
Pra lá dos sete palmos
Além dos sete véus
Passou pela esfera
Caiu em domínio publico
Despedaçou uma estatua
Provavelmente era de sal
Já sem nenhuma forma
Foi sem volta
Deu a volta
Em todo o hemisfério
Norte Ipanema Pólo sul
e concacafe

Era uma vez um arremeçador
Lançou mão do medo
De se atirar na vida
Depois daquele beijo
Encontrou a saída no fim do beco
Voltou a se encontrar
Mas não a encontrou
Não sobrou nada
Além da pouca dor
Mirou o horizonte
e despedaçou
o amor

Quando amanheci
Já era outro dia
E no fim
Ainda havia noite
Comecei a cercar
O céu que me cercava
Do furo no espelho
Vazou
A minha alma
Acertei na mosca
Meu peito
E minha estrela

domingo, 22 de janeiro de 2012

Carrossel Corrosivo

Cartesio nocauteia Cartesio
Enquanto perco meus dilemas na revista Isto É
Já vimos muitos deuses falarem em latim
Já vimos muitos grandes caírem bêbados no chão da esperança

Não me interesse mais
Não me arraste mais
Não me apresse mais

Intermináveis sinais de mim
Campo minado no cais do silêncio
Soluções praticas para sons divinos
O resto é modo 3D, críticos sem poesia e discussão do final.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Herói Inútil

Falei
Falhei
Falarei tudo em voz alta
Gritarei se preciso
Sou isso
Nada mar
Eu sei que não gosta de mim
Fracassei
Um frango frito no metrô
Fuligem
Dollar furado
Nas mãos de um robô
Conta pra mim sua historia
Pra servir de inspiração
seu sucesso é minha estrela guia
Vou seguindo
Vou seguindo
Vou segunda

Vou
Seguinte

Édipo SP

Ganhei três reais
Antes de espremerem os meus olhos
Valeu a pena esse sacrifício
Estava uma merda olhar esses prédios crescendo em volta de mim
Excitados com o céu
Essas caras aguadas pela frente
E agora com meus três reais
Tudo mudou
Minha revolução se inicia
Um mundo novo nascendo de um mundo podre
Não encaro mais os vermes
Não encaro mais os prefeitos
Não encaro mais os melhores
Não encaro mais os preços
Não encaro mais os hipopótamos
Não encaro mais os fudidos
Não encaro mais o futuro

E ainda volto pra casa
de ônibus

O peso exato das pessoas

No dia em que você desabou em fiquei sozinho no mundo
Dos ninguéns

Desafiando o silencio a gritar mais alto que a minha certeza
Sobrevoando as casas pra ver quem dormia planejando o verão
Fabricando ferragens pra relembrar o frio do seu coração
Desmantelando a atenção nas esquinas que me lembravam você

Foi assim que eu notei a falta que o frio dos seus planos me fazia

Toda noite um carro me jogava um saco de pão
Pra aliviar minha saudade dos nossos banquetes de lixo
Quando éramos felizes
Os maiores gênios da Sibéria

Se um dia eu te ver vou ter que avisar

Não passaremos melhor
Daqui pra frente
Só teremos idéias

Na página ao lado

O risco passou raspando
Outro resto de passagem
Sem remetente nem miragem

O que se passa?

O que se passa?

Minha maior identificação sempre foi
Uma lembrança perdida no tempo

A perda é relativa
e o tempo regressão
Eu por exemplo
Perdi seus olhos sem olhar pro relógio

Estou passando agora

O que se passa?

Nada disso teria acontecido
Devia ter lacrado meu sonho de cabeceira
Numa data mecânica
Até um futuro mais divertido

O que se passa se eu fechar os olhos agora ?

Sou a cidade inevitável
E toda incompreensão
É começo

Amor com asas

Esqueça o albatroz
Ele não voa mais

Agora olhe para mim
E diga se tanto faz

Nós somos tão parecidos
Cambaleamos quase iguais

Um dia fui até as nuvens
No outro não sabia mais

Pedimos aos céus
As mesmas pedras
E nos esquecemos
do sol

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poema à vista faz mal aos olhos

Vou apagar um poema
Pagamento em doze meses
Mesmo assunto em vinte anos
Mar pra peixe
Rede vazada
Pague e leve o leviano
Pouco tempo
Vamos logo

Há quantos anos não me vejo
Da última vez
Nem me conhecia