quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Me Concede a Honra da Próxima Dança ?

Cortaram a árvore
Que me fazia sombra
Pisaram na flor que clareava a noite
Queimaram a casa inteira
E não foi a primeira
Fizeram com a primavera
Arrancaram as cores e trancaram em celas
Mas não seja por isso
Cedo pra escrever desisto
Planto infinitas outras
E espero que chova na terra e na cabeça das pessoas

Tua noite

De um lado eu
Arriscado sempre é
E o sol desceu

Coca-Colateral

Em teus olhos
tem o que não se pode ter
alguns anos desenhados
pra depois não querer
mapas do acaso escritos a mão
dois corações viciados
deitados no mesmo colchão
deste sonho só o trovão
continuemos assim
o amor ligado
sem sintonizar em mim

Contróleo reMotor

caimos bem aqui
agora podemos rever
os capitulos perdidos
da vida que perdi
enquanto trocava os canais
procurando por você

Já chegou a hora ?

já paguei o pato
já passei
Já roubei o doce
já dançei
Já fiquei no coro
já corri
Já me fiz de morto
Já morri

agora não me venha
com aquela historia
de que pra ser feliz demora

naviolência

Caravelas ao vento
Sentimentos ao mar
Cartas ao parceiro
Que não sabe voltar
Complicadas caminhadas
Por florestas e estradas
Chegando ao mesmo lugar
De onde nunca se saiu
O maior dos misterios
Continua sendo o próprio barriu

Passo-pégasus

Agora vem a ponte
Já estamos longe
De onde combinamos estar
No lugar de sempre
Com a expressão de antes
Pra quem vê o futuro
Sem olhar pra trás
O rio é fundo
A água de aço
Um corte profundo
Se o mergulho for raso

Ano após ano.

assim que se faz
mais do mesmo
letras a esmo
certeiras longe do centro
lugar vago no peito
metade por inteiro
folha transborda
sem tinta no tinteiro
risco por risco
e o poema acaba rasgado
do seu lado
alguem engasgado
com seu proprio entulho
muito barulho
por muito silêncio
nosso mundo
já anda pra trás
agora me esqueço
e tento ser mais