terça-feira, 26 de março de 2013

O um inexistente



Noite de erros cintilantes
O movimento desaba o amanhã dos fracos, oprimidos, camelos e aleijados
Desautoriza minha reza cronológica
Deixando apenas o vazio malfeito
Sem alcançar o sono que se preza

Todo momento é um momento supremo da decisão
Quem tem autoridade sobre o céu e os mares deste instante ?
Tudo que idealizo vem com defeito de fabricação

Estou apenas num jogo desconhecido sem principio nem final
Sem terno Sem gravata Sem criador 
Eu martelo a habitual obediência a vida
Mantenho os olhos fixos sem transcender o espelho

Vamos respirar o ar puro do infinito das galáxias
O céu é visível e inegável
Além do bem que faz carregar a cruz um pouco
Tenho fé no dia que nasce
O que nós somos
Não precisa ser

sábado, 16 de março de 2013

Sublimação do Fogo




Eu também sou dos que não prestam neste mundo
Tudo tão imundo apenas corro dentro disso
Há tempos sou dos que sustentam um mundo em mim
Preservo-me do que posso
Necessito do que me convém
Mudo o som mas não o sim
Sonho apressado e quero estar junto
Estava tudo bem
Instaurava a manhã sem sol
E as tempestades nos comoviam
Como vão as gaiolas vazias?
Os carros passam por cima dos pássaros
Tatuei uma Faixa de pedestres no peito
Pra te ajudar na travessia
Quanta tristeza fora da canção
Cantam a fim da minha atenção
Só presto por um segundo
Do que vejo além
Vou a pé
E não pergunto

sábado, 9 de março de 2013

O futuro nos pertences




Vou me alistar no exercito americano
Aprender as canções de amor a pátria
E cair feliz numa trincheira hollywoodiana

Vou construir uma casa de madeira
No meio da floresta
Numa ilha por mim descoberta
E envelhecer entre os dentes de um urso

Vou montar uma banda de rock inglês
Lotar shows em New York, Tokyo e Piauí,
Conquistar a mandibula de um fã
E acelerar meu avião de cara pra montanha

Vou restaurar a revolução bolchevique
Cheirar as cinzas do Czar
Trepar com o proletariado
E apodrecer numa prisão amordaçado pela bandeira  da nação

Vou pular de paraquedas
Pra conferir o que não é voar

Vou vasculhar os lixos
Encontrar algum destino
Que me caia bem
Mesmo que seja 
De esquimó
De inquilino
Ou de Saddam Hussein   


Durante a travessia


Solidão não é destino
Solidão não me aguarda
Solidão é o veredito das noites de tempestade
Solidão é o meu sucesso
Solidão não mente
Solidão sente o sangue bombear
Solidão não é só
Solidão não me aguarda
Solidão aguarda a todos nós
Solidão não é um erro
Solidão é no fundo toda noite
Solidão nos merece
Solidão guarda teus sonhos
Solidão não me aguarda
Solidão espera a hora pra se aproximar
Solidão entra em desespero e chama o sol para brindar
Solidão não me aguarda
Solidão vem nos buscar
Solidão passa o laço no pescoço bem devagar
Solidão acha uma brecha
Solidão no fim das contas
Solidão é o prêmio
Solidão ao encerrar a festa
Solidão a festejar
Solidão acompanhada
Solidão com todos nós
Solidão o firmamento
Solidão ao se apagar
Solidão é o que nos resta
Solidão espera você parar de procurar

A solidão não é o escuro
A solidão brilha
Clara, nova e celestial

lado a lado




É nos dias difíceis que preciso do seu lado
Esteja ao meu lado e como recompensa terás o meu lado
Ao teu lado em dias difíceis

Nesses dias de chuva poderá se proteger com o meu lado
Nos de calor sentar na sombra que meu lado faz
Todo lado tem dois
Todo dia é difícil e o outro
Tudo é recompensa