sábado, 31 de dezembro de 2011

Aqui

Falei que não era o horizonte
Desde longe
Desde longe
Ouvi tua voz atravessar a ponte
Do silêncio
Do estrondo
Amei tuas sombras na caverna
Perdi a aposta
Pedi revanche
Despistei os teus olhos na fumaça
Do meu carro
Do meu sonho
Olhei para trás e não voltei
Pros teus braços
Pro teu mar
Esqueci de escrever aquela carta
De propósito
De inveja
Das palavras que chegariam a você
E eu aqui
E eu aqui

02:39

Viu os olhos do tempo
Olhando no fundo dos teus olhos
Sem perceber
Horas de madrugada
Imóveis durante a chuva
Persistente

Só o som
No telhado permanece

Ministério das letras tortas

Estrada adentro
Estrela estranha
Traduzi silêncio em trovão
Só pra confundir
A direção

Escrevi estrondo
No papel
Até acordar a vizinhança
Que dormia
Há muito tempo
Na calmaria
Do teu vento

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Continente Édipo


Seu único costume é madrugar
Dorme cedo pra trabalhar

Pelas ruas pé na terra sol a pique
Nada a temer
Mas
O destino produz suas vitimas Zé


Foi confundido
Com outro Zé – O Zé do aperto pelo Zé fugido –
Arrastado pelas fardas – Por causa de que vão me levar?
Não fiz nada – Tentava clarear
Hora errada de estar no mundo Zé

Caiu na cela
Cilada do destino
Sem desvio
Mas a Justiça vai me enxergar
O destino produz suas vitimas Zé


Culpado
Suas perguntas não subiram para os deuses.
Os prisioneiros vão fazer Justiça
A qualquer preço
Hoje mesmo
O inferno vai queimar essas grades

Plano feito
Zé que não, continuou sem.
Quando viu, explodiu.
Cegou na hora.
O destino em estilhaços nos olhos de Zé.
O Estado produz suas vitimas Zé.

Anos e anos
O Cego Zé, Esperou.
Justiça, justiça. Agora o cego sou eu.
Cego de inocência. De nascença esperançoso.
Justiça aqui farda mais não calha.

Descobriram o engano.
Zé era inocente há quinze anos.
Agora livre.
Justiça seja feita.
Para a rua voltou Zé.
Sol na cabeça
Olhos no escuro.
O Estado produz suas vitimas Zé.

Mas não acaba assim não Zé.
Logo mais terá sua indenização
100 mil pela cela
200 mil pelos olhos
O destino e seus valores
Levou um tempo
Mas Zé recebeu
Pelo destino inexorável

Cego

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Moedas de Deus

Arapuca programada
Flechas teleguiadas
Coração terceirizado
Produção em massa
Divisão do pão
Um olho no lucro
O outro na visão

Vi teus pés cruzarem a ponte
Pisando em falso
Pelo céu

sábado, 22 de outubro de 2011

Diz com foto

Até onde vai seu alcance
Melhor de três pior que antes
Faz dois dias e alguns instantes
Vamos lá me encante
Somos o que há de melhor
Nesta estante

De onde vem sua espera
Podia ser, mas se foi
Há quanto tempo nada tem
Triste fim encantado
Somos os mesmos de antes
Um pouco mais
Atrasados

Poema desconfortável

Maomé até o monte
Com bônus no celular
Salvador até o mar
Sem hora pra voltar
Camelos até o Céu

Sobrou você
vai camelar

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Velho Crânio

A grande revolução se anuncia
Todos os times da segunda divisão
Subirão para a primeira
Todos os grandes cairão das pontes corridas
Planejo agora o meu futuro
Oca e sol banhos em rios
Bancos em greve
Não sei depositar meu coração em uma maquina
Pelejo agora o meu futuro
Apartamento com vista para o fim do túnel
Primeira dama do motor o amor é só questão de abastecer
Vamos esquentar nossos sonhos
Que o sinal já esta fechando
Por qual caminho
Saio da estrada?
Por qual saída
Caio do ninho ?

sábado, 8 de outubro de 2011

Passadismo

O que foi feito
Foi
Um futuro lindo
Se não fosse
Passado

O que foi feito
Passou
Fez o que fez
Agora

De quem é a vez?

1889

O que te faz andar pra traz Juvenal
Tua cara de sonso ou tua bronca dos outros?
O que te faz perder a hora Seu Dito
A grandeza dos abismos ou é mania de infinito?
O que te preocupa antes da hora Seu Felisberto
São as estrelas que não somem ou os anjos que não descem?
O que sabemos do rumo da vida Bonifácio
Além da bussola sem ponta e do nada que se monta?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Time ( time e não táime)

Um Nós
entre tantos nós
cegos

Nosso sonho permanece
mesma mesa
outra dose

mesma luta
novos punhos
por um punhado de dollar

Volta e meia
passo atrás

Passei para segundo
se não me engano

aos primeiros
as formigas

formidável saída
continuar seguindo
sem sair de campo

Tiro

Já assinei o meu contrato
Assassinei o grampeador com um tiro no céu da boca
Contra a falta de grana aos artistas
Ganho os meus dias
Dizendo
Bom dia

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Descartes no meio fio

Quem sou eu se este ônibus existe
Atravessa meus sentidos
Desnorteia minhas retas
Um passo a mais pelo ralo
Pele mole em aço puro
Tanto faz até futuro
Vi teus olhos simbólicos
Antes do impacto figurativo
Agora sim desfigurado
Desfilam soltas minhas certezas
Minhas cartas se arrastaram
Perto de mim só um bueiro
Quem sou eu este bueiro
Eu sou René Descartes
Desvairado imóvel nesta rua
Todas minhas duvidas
Esparramadas no asfalto
Não venham me beijar
Duvido que existas
Entre meus olhos e teus lábios
Conquisto meu país
Pelas horas que se seguem
Cegos olhos me contemplam
Nunca viram algo tão belo
Estilhaçado sem sentenças
Se esta sua fosse minha
Num piscar o ônibus
Atropelando meu sinal
Quem sou se vermelho
Quem só se levanta
Quem pede se alcança
Quem luz se escureceu
Quem volta se percebe
Quem mais se perdeu
Quem fica se duvida
Ontem mesmo
Aconteceu

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ex-ato

Um olho no mundo
E o outro no olho
Ser ou se ferrar
Centro sem certeza
Faço as malas e pulo
Mal visto e meramente enganado
Me ame ou me beije
O gato é a consequência do peixe
Pelamor dos portugueses pelo mar
Cinco mil por mês
E nada a declarar

Corrupção de poeta

Preso
Por
Desvio de verbo

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A terra do erro

Vai acontecer algo incrível
Aqui
Ordens tomarão outros rumos sem hora pra voltar
Gritos com camisa furada se espalharão com o vento
A luz da tempestade pulsará dos olhos vibrantes
Vai acontecer algo incrível
Aqui
O gigante adormecido acordará e dançara pelos trópicos
Milênios em danças aos deuses da vida na terra
Futuros esplendidos aos corações flagelados
Cairão as folhas que impediam o céu de acender
Vai acontecer algo incrível
Aqui
Milhares de vozes vocês ouvirão
Nenhuma estatua será erguida em nome do alvorecer
Apenas as ruas
Se encherão de
Encontros
Vai acontecer algo incrível

Aqui
Nesta página

Aos sessenta anos

Bêbado
De tanta compreensão
Compro os olhos e a cegueira da razão
Vendo a alma a preço de banana
Empresto a cruz pro caloteiro
Calor no sangue
Frio nos pés
Peço desconto
Não me conte
Estarei escondido ao trazer a conta

Oratório Nativo

Livres de toda liberdade
Falsifico o instante
Fabulo a verdade
Vedo o silêncio
Sinalizo aos navegantes
Aqui acaba o mar

Demorou mas desmoronou
Toneladas pelo infinito
Traga seu melhor poema

Galáxias eternas e remotas

Povoar

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

panAmerica

Tufão roke Balboa
Disputa o campeonato
Chute pra todo lado a cabeça pro mato
Por mais um imposto impostor
Eu EUA me arrumo no apito
UFO UFC Unicórnio futebol clube
Uma Câmara no banco uma idéia vendida
Importadora da China se importa com a partida
Senado especialista convence no grito
Mega-sena camelo acumula o cumulo
Cotas para brasileiros em Harvard no lance
Obama se abana na arquibancada
Ouvidos atentos nos radinhos da ONU


Intervalo
Ninguém.
Interveio

Interminável

O jogo não parou
Nenhuma flecha atingiu o assistente

Manhã linda

O sol se vai
Só o primeiro
Desmorona o carnaval
Transito intenso na aldeia
Chuva de ossos em todo território
Nacional
Verde bandeira tamanduá
Amarelo amargo nas calçadas
Araras arrancadas dos erros do gramado
Gramofone inunda a floresta musical
Bola em jogo
Fé no fogo

FI O FÓ

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tamanduá Rei III

Ganhe bônus ao limpar os pratos de deus
Ligue agora e concorra a um ferro atravessado no teu rabo
Não perca tempo já perdeu o amor os sonhos e a relevância
Não ultrapasse a faixa de gaza gasolina é aqui
Me ligue quando chegar no inferno da tua ruína
Abasteça agora e concorra a uma vida de correntes e pedaços
IMPERDÍVEL hoje imaginei o pé de Di Cavalcante dentro da boca de Glauber Rocha
Pendurado por Oswald de Andrade no carro de lata de Nelson Leirner com patrocínio da coca cola
Não fuja mais agora é tarde Dou três quilos por sua arte
A internacionalshowsoftheSword pensa em você
Parcelamos em até 645.899 vezes para você
Preparamos tudo para a sua felicidade
Não fique um feio ultrapassado nossa beleza vai pra você
Ainda da tempo peça já o seu
Tenha um desses em sua prateleira
Você é livre
Experimente
Seja feliz



O boom não me tirou daqui
Fecho os olhos
E durmo na baleia

Tamanduá Rei II

Votei em mim na última eleição
Postei minha carta minha letra meu endereço
Liguei o radio pra me ouvir contando as noticias do meu país
Me vi melhor numa tela de plasma
Gravei minha voz no eletrostom
Chovi no quarto sem guarda chuva
Molhei a rua e a sequei com minha luz
Soquei minha cara e me curei
Doei o meu salário ao ligar no numero que aparecia na TV
Paguei minha passagem para viajar em mim de primeira classe
Estou perto de alcançar o meu programa de milhagem
Me abasteci me lavei me lustrei me perfumei me calibrei nas quatro rodas
e me acelerei
Me ultrapassei na curva da minha simpatia
Me estilhacei em meus cem pedaços de aço
Meu silencio
Meu orgasmo

Tamanduá Rei

Sou seu par pai fim filho
Aqui se vive aqui se paga
Atrás do vento vem o ventilador
Discretamente se vai ao longe descentemente ao fim
Pra acabar com a dor de dente só dor de coração
Sou mulato divisor de águas Índio louco flecha cega mas Londres é logo ali
Sou português peito peludo pelado no mato amarrado no soco
Sou mameluco arranco som de uma fração o sim e o não
Sou negro velho componho samba, Ibámi e rock and roll
Descanso em paz no fim do dia ah a vida traz
Esta noite vai ter pizza chegou minha vez agora é Rambo 3
Sol sol sol aqui não se fabrica mais nada além de luz
Ainda vai chegar o dia em que a hora perderá a linha
Hoje no clássico vai ter belo chute bola na trave bolo no bolso
A neve cai no meu forno pólo norte Miami cristo redentor
Nesse mapa bundi ainda sumo
Nesse mar azul ainda afundo
Não falo nada
Sou estados unidenses of America do Sul
Faço as malas
E fumo

Sua esposa me pertence

Não esqueci
Antes do fim tem o firmamento
Eu não perdi
Eu não pedi
Eu não peidei

Não mereci
Antes do ouro havia a alma
Eu não peitei
Eu não parti
Eu não peidei

Ratoeira Paraíso

Destrambelhados
Desmoronam constroem desmoronam
Controlam destroem
Século de vento forte pra papagaio subir
Atrás das nuvens tem os olhos de deus ou os seus
Quantos contos ao meu redor
Redondos como o fim do mundo
Quantas contas pra chegar aqui
Quantos meses pro fim do mês
Até onde iria pra não perder alguém?
Ponto final
Daqui pra frente é supérfluo
Inclusive arte
Até mais tarde
Se
Nada
Souber

Algumas doses

Formigas desafinadas
Sambam na terra do faz de sombra
Cigarras de limusine
Desfilam
Carregam gelo pra limonada
O desfile passa lento
Em todos os canais da televisão
Enquanto o trem não nos espera
Nem para na estação

O que falta meu amigo?
Mais alto
Não ouço o grito

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quanto custa um país ?

Brasil de qualquer canto
Estrangeiro todos os santos
Extrato raso no banco
Todos sabem devorar
No cinza do teu mar
Meu navio negreiro flutuou
Cas cinzas do teu índio
Minha caravela se enfeitou
Todo sábado é aleluia
Sexta feira meu sinhô
Ave maria Nostradamus
Nostra terra é imunda
Suas palmas sete palmos
Napalm e nenhum pai
Uma nação bem contente
Carnaval preso nos dentes
Sem começo nem final
Vivemos pelo meio
Numa floresta tropical

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Em qualquer data





Na última hora olhei no olho do
Brasil
Nas últimas 24 horas devorei planos, planetas e
plumas
Na última semana semeei historias do gigante que
caiu
No último mês afundei o velho bote e apontei o novo
mundo
No último ano parti sem perceber

Não acredito no fim
No feito
E nem no fundo

domingo, 10 de julho de 2011

Até

O que vai ser
Se ficar
Final feliz
Ou demolição

Faz tanto
Quase
Que eu nem sei
O quão perto
Me perdi

Apenas peço
Três minutos
Do seu acréscimo

sábado, 9 de julho de 2011

O amor do naufrago por uma bóia

O que fazem aqui?
Antes era o erro
Atlas em segredo
Segregam o silêncio
Salvem-se quem puder
O sonho afundou
Melhor mergulhar
Nade, voe ou vasculhe
Nada vale mais
Que um velho bote
O velho bobo
Já esqueceu
Por onde começar

Urso

Agora é tarde
Urso velho e abatido
Atrás dos anos
Vieram enganos
Sonolência e claustrofobia
Fez de tudo
Foi tão pouco
Nada tens de eterno
Nem mesmo um terno
Passa fome e frio
Dorme pra não ver
Seus filhos passarem
Despercebidos
Deixou o radio ligado
Pra ouvir a seleção perder
Despede-se
Sem choramingar
Vamos para os desertos
Do tempo
Urrar poesias
Ao universo
Ou




Torça para que algum cientista do século XXX
Te ressuscite
Grande urso infinito

Crucifixo Canarinho

Chuva leve no leviano
Nuvens são ondas
Toda imagem desfigura
Universo dos certos
Semprecéu céuperene
Quasecéu
Fluem refluem flutuam
Chove profundo no mundo
Brasil um pais tropical
Tropicou

domingo, 3 de julho de 2011

Bluetooth pré-histórico

Quando o ano muda
Sem ser novo
Tem plano velho
Parecendo diferente
Idéia passada
Planejando o futuro

Releio Bandeira
Acho o máximo
Farto do lirismo funcionário público

Revejo um filme
Acho as falhas
Cidade isopor encontra o fim do mundo

Descubro uma musica inédita
De um disco de 68
Que retocou o céu de anil

Tem até Maiakovski
Dando recado
Pros socialistas do Brasil

Acho uma peça de 34
Com piadas em marte
A humanidade
Já doida pra partir






Nada para no lugar
Eu mesmo
Não estou mais aqui

sábado, 2 de julho de 2011

Devir

Posso
Faculdade de poço sem fim
Sei
Sou eu resumido em mim
Pulo
Ano a ano
Anulado
Em falso
Feito fato
Morro
Quem não morre
Caçoa
Sou só
Sentimento sentado
Não tenho
Fogo nem lenha
Arrisco
Minhas estradas
Meus
Estrados

A bela e as balas

Idéia inocente
Escrevi o enredo
Inventei a personagem
Atirou três vezes
Apagando-me em cheio

sábado, 25 de junho de 2011

Meu melhor poema

Já não te vejo nestes trajes tão sinceros
Sou mais os trapos que usava no inverno
Num outro dia mesma hora te espero
Achei teus olhos ao passar pela viela
Vendi pros caras que procuram coisas velhas
Já fiz de tudo pra chamar tua paixão
Pixei no muro da escola o meu segredo
Quero te ver dormindo nua o dia inteiro
Briguei com três por tua causa lá no bar
Te ofenderam de coisas nem vou falar
Te defendi ganhei um novo e belo umbigo
Pra você ver como é que eu sou um bom marido
Deixei um poema pra você na enfermagem
Quando vier traga a cachaça e um terno
Não te esqueço nem apodreço por nada neste mundo
Já que não creio no céu e nem no inferno
Meu amor
Vou embora
Pra saturno

O Familiar Imperceptível

Se você me visse hoje
Acharia outro alguém
Usando a minha calça
Saindo atrasado também

Se me visse hoje
Você não me veria
Pensaria que era outro
Passaria sem notar

Se você me visse hoje
De cara, assim, na esquina
Pensaria por um instante
Como pode tão semelhante

Se você me visse hoje
Saberia que não era eu
Mesmo a voz tão parecida
Nem de longe um irmão

Talvez nem me notasse
Fizesse eu um gol de letra
Ou mergulhasse
Nas rodas de um caminhão

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O pato norueguês

Não temos ar
Nem mais saída
Vamos festejar a sorte

Não tenho sol
Nem outro acaso
Vamos sortear um nome

Não posso mais
Nem te remendar
Ainda espero antes de dormir

Não fotografo
Nem recrimino
Hoje não serei seu santo

Acordo e canto
Pra homenagear
O fundo falso do baú do mundo

Nunca olhei nos olhos
Pra não amenizar
Atrás das nuvens cabe o seu olhar

Não tenho paz
Nem açafrão
Minha alma é uma em um milhão

Não jogo as cartas
Nem as migalhas
Facilito o troco depois deus-nos-acuda

Não arremesso
Nem ressuscito o caos
No fim das contas eu não conto mais

terça-feira, 14 de junho de 2011

Monge sem orelhas

Desisto de me assistir no espelho
Tenho mais o que desfazer
Faço o favor de alegrar a festa
Meio fausto meio feito
No sexto dia de fato defeito
Corpo inteiro escondido na fé
Tenho pressa de ficar ao seu lado

Qual o caminho mais demorado?

Paiol Velho

Calça costurada
Já posso ir
Longe de chegar
Acabei aqui
Em cada encontro
De saída
Levo comigo
Minha vida

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os fracassos de Meierhold

Semi-escuro
O mundo congela
Em poucos segundos
Assiste a novela
De olhos fechados
Pedidos e Achados
Melhor perder a chave
Pra nunca mais voltar
E esquecer que existe um canto
Parado no lugar

Lideres se queimam
Na beira do altar
Com outro figurino
No mesmo calcanhar
Depois de tanto tempo
O sonho se fundiu
Com a instabilidade
Pátria amada Brasil
No fim das contas
O sol é pra quem tem
No fim do mundo
Não acaba nada bem

Neblina

Converso com você
Falta pouco pra te ver
Ainda esta aqui
Ou conseguiu dormir
Enquanto passa
o passado
Na TV

sábado, 4 de junho de 2011

Erro de Mestre

Tudo é um tris
Tudo vai bem
Tudo já existe
Tudo é ainda pouco
Tudo não tem detalhes
Tudo acaba

Invento de novo
O que sempre houve

Quem sabe um dia
Eu viro
Nada

Amanhontem

Hoje é um dia especial
Brindaremos a este momento
Dançaremos até cansar
E sonharemos de pé

Hoje é um dia muito especial
Esqueceremos assim que passar
Convidaremos os desconhecidos
Pra ver o dia acabar

Hoje é um dia
Um outro qualquer
Sem mais
Nenhum por que
Depois será outra era
Outra era pra amanhecer

A canção que não sai

Todo meu tempo vai querer passar
Assim que eu te pedir pra ficar

Todo meu corpo vai te perdoar
Assim que eu pedir pra perder

Todo o meu jeito vai te enfeitar
Assim que eu pedir pra riscar

Todo meu silencio vai te perguntar
Só pra saber o que foi

Se um dia sem dizer

Aqui começa a pequena volta
Onde todos vão deixar pra trás
Os corações e as pétalas
Até um dia qualquer


Depois a lua vai se quebrar
Espalhando luzes pelo chão
Vou olhar nos teus olhos
E esquecer a paixão

Cantaremos alegremente
Aquela mesma canção do fim

Vi seu rosto se multiplicar
Sem vontade de me abraçar
Rasgo a folha e o vento
E volto a te procurar

Faço o melhor que posso
Sem intenção de te imaginar
Mas além dos meus fatos
A peça vai começar

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Peterburgueses

Tentei ser Trotsky
Entrei de tênis
No trabalho

sábado, 14 de maio de 2011

Que o mundo dá

Outra vez
Outro lugar
Dessa vez
Descalço
Largaremos o peso
Ao avesso
Pra quem quiser levar
Quanto tempo falta pra passar?
Passageiros atoa
De um navio que não partiu
Entre tantas mudanças
Só faltou mudar
Depois de tantas casas

Caminharemos

Pelo

Mar

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Manada

Mês que vem
Parcelado
Nascerá nu
E morrerá pelado

Ano que vem
A tribo inteira
Atrás dos trilhos
Da trincheira

Dia que vem
Atrasado
Sai correndo
Some no mundo
Sobe na vida
Cai do cansaço

E ali
Parado

Dorme sem pensar no que vem

terça-feira, 10 de maio de 2011

Grupo Pondera de Faz de Conta

Sabe o que tem que fazer
Falte

Sabe por onde começar
Esqueça

Sabe exatamente o que quer
Quebra

Sabe o ponto certo de olhar pra trás
Atrase

Sabe a hora certa de fechar a porta
Prometa

Sabe o que se esconde depois do muro
Futuro

Sabe que pode
Pondera

Olhar Camelô

A vida imita
Filmes sem graça
E devora seus
Fins
Aos berros no paraíso
Esquece isso
Que passa

Passei tanto tempo

Te vendo
De graça

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Erro Eros Eras

Até o fim do mês
Mesmo se chover
Ao menos uma vez
Ao certo ou talvez
A mesma inclinação
Pra melhor de três
Na volta que vem

Até que a vida fez

terça-feira, 3 de maio de 2011

Novela ou vela

Primeiro de Maio
Primeiro de Abril
Príncipe salário
O reino já faliu
Primeiro vem o sino
Depois o trovejar
Nuvens do passado
São difíceis de tocar

Se foi se vai se foi se

Fecho nunca acho
Pego o mundo e racho
Relaxo e Progresso
Pelo resto do regresso
Onde for que se foda
Esta vida de adeuses
Vale o ingresso ?

A Mosca Soviet

O tempo deságua
Crise
Não tenho sois
Destruo
Tento ao vento
Escuro
Vou escrever
Resmungo
Arrasto o risco
Descubro
Um novo dia
Duro

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Picadeiro

Silêncio no estádio
Despencou do senado
Um engravatado
Tocaremos o samba
Da alma brasileira
Já que não fui eu
Quem empurrou
Nem quem morreu

DNA nota falsa

Visto a camisa
Vou mau da vista
Folheio a revista
Mergulho no raso

Por mais que você insista
Enlouqueço a prazo

Charme desta nação

Fale de amor
Sem pedir desculpas
Já que desmoronou
Fale a verdade
Não sou nem a metade
Uma inútil cidade
Que não fala jamais
Adeus crenças
Em breve
Escrevo
Minhas indiferenças

re forma me

Efeitos dramáticos
Fé e fóssil
E uma fortaleza
Disfarçada
De distância

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Destino de Hermes

Ainda hoje
Cedo ou tarde
Amanhã


Quando for
Volta ou outra
Replay

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Vida

No teto de céu
Um sonho entalha
A Imensidão do olhar

Mergulho

Janela aberta
Vento invade
Ondas na cortina

Outra noite
Até o dia parar
De soluçar

Ah quanto tempo
Tenho tanto
Tenho tanto

Qualquer coisa

Segunda-feira
Reinventar o mundo
Meu segundo plano

14 de Abril

Teu som atravessa
Todo o silêncio
Pássaro e céu

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Poema falso

Brincam os cegos
O sol brilha
De olhos fechados

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eletra com Creta

Deito minha alma
De corpo fugidio
Quero ser sempre
Não estando mais

Máscara ou rosto
Agora tanto faz
Luz
Luz
Na cruz do posso mais

Lugares esquecidos
Olhares indiferentes
Outra vez a piada
No plural dos descontentes

Invento uma doutrina
Contra os doutrinadores
Acendo a luz da jaula
Leões e domadores

Fico bem
Pico com pop

Digo boa sorte
Filhos de Medéia

A grande regra ainda é
Agradar a platéia

domingo, 3 de abril de 2011

Inclusive Encruzilhada

Ensaio Sobre Esse
Sim Sem Som
S.O.S Para Paraíso
Primeiro Os Anjos
Depois Os Vivos
Salve-se
Quem
Souber

sábado, 2 de abril de 2011

Colecionador de pó

Abril radioativo
Produto interno
Fone fixo
Azar catatônico
Caiu de pé
Tonto prolixo
Dinheiro grátis
Dinners club indeciso
Chuva forte
No céu de granizo
Andei com fé
Ferro e fome
De zero a dez
Diga me com quem
Tu andas
Que andarei
Com teus pés

Minha mão ninguém lê

Minha mão ninguém lê


Simples como sombra
Sem pé nem carona
Todos sonham ninguém vê
Ouvi dizer
Falei demais
Volta ou outra
Descanso em paz

Vamos vomitar ?

Mar de azar
Zero a zero
Refaço o ar
Respiro e rezo
Espirro deus
E nada lhe peço

Rabisco Radioativo

Anoiteceu mais cedo
Sem sol sem selo
Soube por não saber nada
Um dia a noite acaba
E Manda uma carta
O sol não sabe nascer
Sente medo
E pressa
Até que alguém

Arremessa

domingo, 27 de março de 2011

Historia ou Isto

O rei
Rói
O bobo
Bunda
O certo
Muda
O mar
Inunda
Deus
Cano
O povo
Piano
O buraco
Fundo
A rainha
Ri

Do vazio do mundo

Atrás das nuvens impossíveis

A canção do silêncio
Luzes em sol
Só nos resta o azul
Dos olhos do fim
Ouvi o passado
Cantar o futuro
Estaremos por perto
Quando se passarem
Cem anos
O Depois
Vem a seguir
Nas memórias
De quem
Riu

Atrás das nuvens impossíveis

A canção do silêncio
Luzes em sol
Só nos resta o azul
Dos olhos do fim
Ouvi o passado
Cantar o futuro
Estaremos por perto
Quando se passarem
Cem anos
O Depois
Vem a seguir
Nas memórias
De quem
Riu

Atrás das nuvens impossíveis

A canção do silêncio
Luzes em sol
Só nos resta o azul
Dos olhos do fim
Ouvi o passado
Cantar o futuro
Estaremos por perto
Quando se passarem
Cem anos
O Depois
Vem o a seguir
Nas memórias
De quem
Riu

quinta-feira, 24 de março de 2011

Asfaltaram o mar

Elogio ao silêncio
Espero sombras
Dos ventos

Ferrugem em flor

O Mar
Mergulha
No horizonte

Okinawa

dia apagado
sol aparece
estrelando

segunda-feira, 21 de março de 2011

Razões para ser orgulhoso

Universos de areia
Capítulos inseguros
Todo Lugar
é um muro

Mente
e me apresenta
Uma nova
Utopia

Incontáveis gotas
De calmaria

Na tela
A mudança
Do mundo

Céu e inferno
Morando juntos
Traem certezas
Com vizinhos
Dos fundos

Acordam cedo
E seguem
Sabendo
De tudo

Enquanto é tempo

Vendi o vento
Pra falta de ar
Pagou com mil palavras
Ao pó pergunto
Sem pressa
E sem
Assunto

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O sol esta lá fora

O dia acorda
Tudo que é noite
Volta ao seu lugar

Pizza de ontem
Música do Lobão
E alguns truques urgentes
pra acalmar um coração

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tentativa Numero 346

joguei a vida pro alto
se der coroa arrisco
cara
rabisco

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segredos provisórios do mundo

Longe longe longe longe longe longe
Todos os ventos velozes destruidores e pacíficos do mundo
Todos os fatos inventados falados corrosivos passageiros do mundo
Todas as maquinas esmagadoras de formiga do mundo
Todas os laços indestrutíveis rabiscado pelo céu do mundo
Todos os olhos inundados pelas lagrimas do mundo
Todos os cegos perdidos e desalmados incapazes de irem além do mundo
Todos reis escravos do seu ouro que não sabem onde enfiar o seu cedro e o enfiam no mundo
Todos os rastros de nuvens esquecidas grandiosas e efêmeras do mundo
Todas as voltas inexplicáveis dos ponteiros em torno do mundo
Todos os fortes gigantes feitos de areia nebulosa e clara do mundo
Todas as escolhas decisivas em momentos de desespero profundo do mundo
Todos os dentes quebrados caídos na sabedoria do mundo
Todos os caminhos imensos que nos levam a lugar nenhum do mundo
Todos os deuses demônios pisoteadores de mentes do mundo
Todos os poucos e livres andarilhos sem objetivos a não ser a vida do mundo
Todos os fins anunciados e imprevisíveis do mundo

Longe longe longe longe longe longe
Longe longe longe longe
Neste exato acaso
Neste exato poema
Neste exato segundo
Estamos infinitamente longe de tudo o que é mundo virá a ser mundo e nunca será mundo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pré-História de Um Amor Continental

Uma mulher consumiu desejos
Beijos, rastros e rodopios ao sol
Uma mulher se fez de final
Lembrou do amanhã
Cantou a maré
Uma mulher falou aos esquecidos
Esqueçam o fim
A vida é só isso
Depois dela
Melhor
Uma mulher fez de tudo
Seios, sonhos e sumiços
Se fez de feia e deduziu o céu
Uma mulher construiu os astros
E ensolarou o infinito
Uma mulher se fez de sentido
Antes de tudo
Tem o contido

Ainda vão saber disso

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A incrível passagem por lugar nenhum

Você é semente
Você é sua mente
Você é somente
Todos
Nós

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Bem Vindo Ao Labirinto Em Breve Minotauro

Outdoors na saída
Suave prece a prazo
Enquanto apodreço
Expulse os vendilhões
Do seu templo
Já que Jesus
Só sai do Wal-Mart
Por um bom preço

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Quarto Vazio

Quase que não me recordo

Recortei teu rosto

Ou te guardei de novo

Quase que não me recordo

Fingi te magoar

Ou folheei o mapa

Quase que não me comovo

Pedi pra ficar

Ou me fingi de morto

Quase que não me importo

Arrastei-me pela escada

Ou retoquei a mala

Quase que não me recordo

Fingi ter opção

Ou foi

Legitima

Respiração

No jardim das utopias

Nasce das veias
Minha vontade de te ver
Quem sabe não te veja
Até me ver
Nascer

Mercado das Borboletas

A cada dia acaba estrada
Sonhos estranhos
Somos sonhos
Somos estranhos
Acabamos
de nos sonhar
A cada passo acordo e passo
Pelos dias que virão
Cai a noite planto estrelas
No deserto céu da tua boca
A cada olhar espelho
Espero
Amanhã
Acabar cedo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Isso Tudo Quase

Houve um tempo de tempo nenhum
Ouvi um trovão se esquecendo
Houve chuva antes do incêndio
Ouvi tua voz
Houve silêncio

e ouvi um mundo
sem nada a declarar

O muro chamado Lucas

Cai a chuva sobre todos nós
Daqui pra frente
Outros mares

sábado, 29 de janeiro de 2011

metamorfose tropical

não sei se caio ou se finco
não sei se maio ou se sinto
não sei se raio o se findo
não sei se saio ou se fico

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Antes das antas

Jantamos juntos
Rezamos proteção
Caímos quietos
Matei Mosquitos
Mesma hora
Mesmo grito

Invadimos juntos
Jantamos mosquitos
Rezamos gritos
Matamos os mesmos
Caídos

Jamais me lembro
Enterro comigo
Deixamos a sobra
Da vida e do umbigo
Nada meu
Tudo isso
Quem prometeu ?

Festa Egípcia

Vamos pra rua
Roer os ratos
Vamos pra lua
Lutar livremente
Vamos pro sol
Soletrar nossos sonhos

Escadas rolantes e seus corrimãos

Corrói feito inveja
Falo alto e corro
Invisível a olho nú
Nudez teleguiada
Vejo os índices
Fui eleito no leito
Elejo meu povo
Na arquibancada


Não telefone
sem hora marcada

sábado, 22 de janeiro de 2011

O Intolerável Peso da Leveza

Escrevo o que passa
pra nada
escrevo o que fica
Ainda linha
nenhuma dica
das asas só pena
escolho o alvo
erro a mira
e saio
de cena

Queria ser brasileiro

Em tudo roteiro
Primeiro mundo
Meu Brasil brasileiro
Quase que inteiro
Quem sabe morto
Não vi direito

Estratégia
Torço e durmo
Estrangeiro

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

amor, amores

não quero ser alvo de grupos humanitários
nem quero respirar lama e escombros
apenas te peço iluminai vossas crateras
o meu sol tá fraquinho fraquinho
não importa o fracasso das negociações
que você seja mais que isso tudo que perdeu
Apenas te digo
o meu coração
transbordou
adeus


o dia nasce pro teu sorriso raiar
por azar
escolheu
amar

do seu jeito
do seu jeito

Eu tinha um título

Quando todos os soldados contratados
Marcharem sob estilhaços de sonhos
Haverá paz nos quatro cantos do quarto
Nenhum contrato recoloca cabeças
Sem saber pra onde ir
Escolheram
Agir

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Estátua de Pierre Unik

Eu pronuncio teu nome
Enquanto some

Que movimento político contra-revolucionário
tem meu coração ?

Eu pronuncio insultos a inteligência
dos economizadores de espírito
nesta noite incurável

e teu nome é sabotagem consoante às regras
Amanhã anestesia hoje em dia
Experimente o pão do céu na terra
Compre a credito sua utopia

teu nome, continua na próxima noite
leitura escura de um conto infantil
me soa ao alcance de nossos amigos
que atue sobre a mente
que todas as estrelas entorpeçam
que a mansa chuva ainda seja a única palavra

sábado, 15 de janeiro de 2011

Plano Platônico

pode ser fiasco
pedindo
só um
pedaço

pode ser mentira
sem luz
atirar
na mira

pode ser silêncio
pode ser sinfônica
pode ser sinuca
pode ser sicrano
pode ser sincera
pode ser cinema

milhões
estrelando
ilusões

ser céu
e seu
céu seu
e ser

ser eu
e céu

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

bronca

Esse processo
Termina no resto
Onde se esconde
Poesia sem voz
Diante do espelho
Um poeta prosaico
Guarda gritos sobre nada
Personagens de areia
Sem hora nem orelha
E o Salário a cobrar
Lá vai um ovni
Lá vem um óbvio

eu acho que já é hora
de não parar

domingo, 9 de janeiro de 2011

mapa mundi

Vento forte
tempo escorre
pelos planos
frente fria faz
sol de fósforo
um sim
sem rei

respiro fundo
do poço
e passei

sou caminho
onde escondo
escuro
onde procuro
estou
navio cego não vê o mar
sabe
dali
não sai
eu sei

sábado, 8 de janeiro de 2011

Eu também vou fazer revolução

Planejo tudo o que não acontece
Quem não me esquece
Merece outra eleição

Deixo quieto fico mudo
Me sentindo um cara culto
Pertencente a outra geração

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Casa de Ferreiro

Com
fiança no futuro
Ferrugem no ferreiro
Entre o fim e os juros
Fico sem dinheiro

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Canção das asas de plástico

Diferente de quem desiste
Parecido com recomeçar
Diferente de quem chega
Parecido com pode entrar
Diferente de quem reprisa
Parecido com replanejar
Diferente de quem alcança
Parecido com quase alcançar
Diferente de um deserto
Parecido com homens ao mar
Diferente de quem samba bem
Parecido com vamos dançar
Diferente de quem vôa alto
Parecido com aqui tá bom
Diferente de falar de mais
Parecido com jogar xadrez
Diferente de enchergar de longe
Parecido com saber de cor
Diferente de quem atropela
Parecido com atravessar
Diferente de pisar na lua
Parecido com deitar na rede
Diferente de quem fala sério
Parecido com fazer as malas
Diferente de quem vive mudo
parecido com cantar assim
Diferente de quem perde tempo
Parecido com alguns segundos
Diferente de olhar pra trás
Parecido com onde paramos ?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Monstro Sist

tua sugestão
é só a tua mal digestão
erra arrepende e vende

outros
outros
outros
você

são a mesma pessoa
de futuro promissor

cantando as mesmas canções
enquanto o monstro não vem

mirante

Queime
As nuvens que impedem
Tuas estrelas