quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Entre reinos


Só danço pra reiniciar o sol
Toda luz traz um beijo
Cada raio um mergulho
Só escrevo pra inundar a mente
E os cafés da manhã do Sr. Porvir
Olho por olho
Diante por dentro
Um navio passa e alegra nuvens
Façamos um circulo em alto mar
Não nos faltarão atlas
Na escuridão
Se existe uma causa
Case
Se há um leão
Lembre-se
De todos os fantasmas
Só faz mal
A falta
Todo sonho
É Infinito
E floresce no encontro das mãos

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Canção de puxar tapetes


Sorria 
Minha resposta
Virá de assalto
Esta vendo?
Errado

Elogio de turnê
Míssil teleguiado
Groselha deixa rastro
Sugiro pela rua, descalço

Às véspera do paraíso
Dono da explosão
Toda torcida
Quer um domingão no Faustão
Por favor
Grite sua vida-bingo
Longe dos meus ouvidos

sábado, 15 de novembro de 2014

A prisão dos noventa prisioneiros


Há uma prisão que pensamos não existir
Nela toda mudança acontece lentamente
O que faz com que ninguém perceba
É administrada por um clube de dez poderosos que criam hinos de países futuros
Cada um dos dez possui nove aliados sentinelas bem disfarçados de prisioneiros
Nenhum deles sabe que você existe

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Te chamo sem som


Há dia de tudo
Até de ficar pequeno
Te chamo
Sem som
Desabo no teu silêncio
Concordo com o que chega

Se fosse dia de lembrar
Eu vasculharia memórias
Mas como é dia de esquecimento
Anoto
No caderno
Das folhas que não caem

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Tudo que tínhamos de bom está aqui


Tua voz me diz
Tua voz me situa
No começo era previsão
Em segurança no desfiladeiro impossível
Estamos chegando
Jamais retornaremos
Antes eram escolhas
Teus olhos não se escondem
Teus olhos não me desviam
Credos, carros, quedas
Gargalhadas em porta-moedas
Tua máscara teu rosto
O resto há de ser
Estrondo
Não sobrará
Pepsi sobre Pepsi
Tua foto me recusa
Tua foto
medusa

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Muro


Há um muro
De um lado ninguém mora
Do outro morre mil por mês
Mesmo assim não se pode ficar no meio
Moro no mesmo lugar
Há mais de mil anos
Volta e meia
Despeço-me
De mim
Olho pelo vão e
confesso aqui

Não me da vontade de sair

Mãos atadas


Satisfação garantida não inflama
Lá vem o discurso da rendição
Tá certo tio conta outra
Em outro lugar provo o contrario
Catracas na língua
Mãos presas no subsidio literário
A impossibilidade mora ao lado
Esqueci no varal o santo sudário
Bola no canto à lá Romário
Pernas próprias  mãos repentinas
Ganho o pão
Desenhando ruínas

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Vamos ver Macbeth

Vamos ver Macbeth
Acender a fogueira
No meio da floresta
Que incendiará o que nos resta

Vamos ver Macbeth
Em ascensão
Longe das investigações
No esconderijo de nossa pele

Vamos ver Macbeth
Ser coroado
Enquanto nossas mãos
Tocam-se lentamente

Vamos ver Macbeth
Fora da prisão domiciliar
Uivando pra lua
Antes que a minha boca chame a sua

Vamos ver Macbeth
Inaugurar o monumento
E engolir
O seu sorriso-convite

Vamos ver Macbeth
Desfilar seus escândalos
Em nossos planos
E mapas inexistentes

Vamos ver Macbeth
Erguer o seu muro
Que nos dividirá
Em passado e futuro

Vamos ver Macbeth
Escrever suas cartas
Com cabeças na bandeja
Simulando uma oração

Vamos ver Macbeth
Em sua campanha beneficente
Desintegrar nossos passos
Que seguiam na mesma direção


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Aval


Sem volta
Nunca houve
Acima da média do reconhecimento
No jornal das lapides e posses
Diante do fogo
Abaixo dos preços
Cada falta
Permanece

Funciona bem sem música
Obra prima
Sem nome

domingo, 2 de novembro de 2014

Condiz

Nada entre nós
Será estrela
Nossas vidas falam por nós
Eu não vou
Cair em seus olhos
Perder o trem dos dias inesquecíveis
Por não ter o que dizer
Ou cantar
Ou pensar
Cada passo
Acorda um novo eu
Perdido em algum canto da sua cidade
Considere-me
Algo
Além
Disto

sábado, 1 de novembro de 2014

Regra 3

Ao menos
Movimento
Tropeçar no alvo
Atos em transformação
Aplicativos de impeachment
Curto circuito  
Coração
Lado a lado
Lado oposto
Pop punk
Pós barba
Lambança coletiva
Levada condensada
Um helicóptero acaba de pousar em meu ombro
Fausto dorme
Ao som da chuva de
Escombros

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Aplausos

Aplausos
Aplausos ao sol que ilumina o show
Aos planos que passam
Ao momento em que a nave explode no ar e cai
Aplausos aos prelúdios
Aplausos aos perdões distantes
Aplausos aos portões trancados de sua casa
Aplausos aos limites mínimos de velocidade
Aplausos ao eco
Repita o seu nome
Repita o seu nome
Repita-se
Aplausos
Prédios
Pedregulhos
Ao primeiro a chegar
Aplausos

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Voo interrompido

Mirava longe
Conde
Desesperado por atenção
Cantava ao vento
Onde
Não soprava a ilusão
Pedia pouco
Ponte
Através da solidão

Havia um tempo
Em que existir funcionava
Uma sombra 
Alterou o status do futuro pra nublado

Agradeço aos poucos
Loucos
Nada digo
A vida é uma palavra

Carrego todos meus amores no bolso
O show será no topo

Quem topa?

sábado, 19 de julho de 2014

Hostil


Quilômetros de um século
Inaugurado antes do silêncio

O mundo não passa

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Descontrole Delivery

Esta no ar a festa
O discurso irresistível do sábio
Não ensinou como te chamar na enxurrada  

Na trajetória sugerida aos turistas
Um verso
Íngreme

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Uma lembrança franquia


Lembrei tão forte
Que na hora de te ver
Faltou  

Ajusto o tempo
E sigo
Com as compras do dia

terça-feira, 27 de maio de 2014

Wielopole


Dez soldados saíram pra guerra
Nove caíram no sono
Oito sonharam com demônios pelados
Sete acordaram gritando aleluia
Seis voltaram a dormir
Cinco dormem até hoje
Quatro só sonham o escuro
Três andam pela escuridão
Dois se encontraram e fizeram uma aposta
                         Um ganhou por acertar a cara de deus

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Post Místico

Bom dia guerra
Quem me dera chegar à decisão
Pesar na balança desta confissão
Não vai ter copa, corpo ou compromisso
Anexo indisponível
Faço o máximo denominador com isso
Desconhecido
Moro
Na sua avenida
Sei rimar SP
Mas não ESCREVER
Indiquem aos amigos
Me marque em seus lábios
Me passe na TV
A quantos esta cidade pertence?
Neste final de semana terá o gigante
Entre e fique a vontade
Tomaremos as ruas
Tomaremos o banho
Eternizados por um grafite que diz:
Tá na cara

domingo, 4 de maio de 2014

A Palavra Certa


Primeiro vem a sua vontade
Depois pode cancelar
Professores de 1 real
Maloqueiros de agora em diante
No papel faz sua casa
Meus 10 minutos invertem a demora
O trabalho não quer ser tratado como
Trabalho
Nenhuma resposta
#Somostodosleigosnoassunto

Acontecimento:
Chegar em casa
Deixar alguém
Esperando
Na tela do celular

terça-feira, 22 de abril de 2014

Chego logo


Pelo caminho incinerado
Sigo ao teu lado
Simples como amar alguém
Pelas passarelas de entulhos na cabeça
Achar um traço seu
Minha proteção
Espera até eu voltar
Nenhum acidente em particular
Meus caminhos são teus olhos
Chego logo
Assim que eu terminar
Esse improviso

Na tempestade

Calvário



Por favor escreva seu enredo
Seus planos heroicos e aerodinâmicos
Ainda estamos distantes
Faça os sons soarem
Aos anjos
Não peça ajuda
Atire
Preciso do seu último minuto
Não

Imagine onde estará
Minha cabeça
Na roda dos dias
Em volta da mesa
Precisará de ajuda
Não há líderes
Ateie fogo
Em todo castelo
Que precisou construir
Para não ser devorado
Pela tempestade

Como um bom Senado
Aprove o começar do zero
O que precisamos
Não se encontra no banco de financiamento
Ateie fogo
Ateie fogo
Logo

Ego

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Você às 23hrs



Digito os caracteres do poema
Confirmo
Ponha-me em sua pele-estrada
Perdi meu dia
Volta
Ganhei teu amor
Escolta
Gosto do seu olhar
Suas profecias ao contrario

E sua vontade de ver o país melhor

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Carta ao Coronel

Uma palavra se foi
Antes  depois
Antecedeu-se ao esperado
Anoiteceu São Paulo
Pelos trilhos do pulmão
Pelas avenidas inflamáveis
Pelo rio refrigerador
Da cólera do amor
Foi-se em fim
Encontrar a letra desesperadora do fim
Tão calma, bela e temida
Estará lá
Por ti

Sim

domingo, 13 de abril de 2014

Lançamento: Apartamentos 1 e 2 doms na ilha de Creta

Pela paredes do caos
estreitos caminhos
Pontos de vista
De um olho só

Passa com seu vestido pela lama
Declama seus dilemas
Na frente do espelho
Narciso não afunda?

Sigo em frente sem ter onde mirar
Passo
Digo
Diferente
É o que faz respirar

Ama o que não é chama
Com gosto de freguês

Se decide pelo que já existe
Escreve para algum deus
Te levar pra casa a noite
Seu maior erro foi Teseu

Superar a falta que se disfarça de sono
Neste sonho
Que não é meu
Todo lamento fala de vaidade
E corre para algum patrimônio da Unesco
Razão é pra quem fica imóvel
Transito de Ícaros
Escurece o sol

Sairemos daqui logo
A adaptação é o que salvará nossas vidas

Quando
mudarmos
novo
labirinto

quarta-feira, 9 de abril de 2014

pedra ao pai


A fábula
Nos conta
acontece e encontra
contrassensos
Dos filhos de Urano
Dos que nascem de si
Só o tempo não diz o que deve
E faz o que sonha
Feitos da matéria eterna
Povoam o ar
E seguem aos ouvidos
Da flor mítica
Que desabrocha amplitudes

quinta-feira, 27 de março de 2014

Cinzas de Tróia



No olho do macaco
No corpo pendurado
No canto do soldado
Nas oito fatias da cruz
No peito do abraço
No equilíbrio do guindaste
Na caixa de sapatos
No sofá recém-coberto
No olho do menino
No músculo que resiste
Na paisagem que congela
No tiro que me atinge
No buraco sem vida
Nas pessoas que passam

E na neblina que fica

Helena


 Encontro do outro lado
Um ser alado
Segue contra o caminho-ouro
Depois da máscara
Veem o osso?

Estou do outro lado
Antes de novo do que nunca
Escuto sua voz
Que mente sobre o futuro
Passo a passo
O destino do buraco

quinta-feira, 20 de março de 2014

XXI


Chove na cidade
Enquanto pegamos atalhos para o mesmo lugar

Guarda-chuvas invariáveis silenciam
Já não há rua que nos ouça

Chove na cidade
Cilada de anjos em pleno voo

Uma gota se espalha
Dentro do meu olho esquerdo

Deserto-íris
No céu

sábado, 8 de março de 2014

Fez-se

Falta
Faz

Volta
Conquista
Fala
Faz

Atinge
Discorda
Desfaz

Enquanto tudo parecia completo
Esqueceu
que é feito
de
Quases
Azares
E um pouco mais

Fez
Como se desfaz
Nuvens

domingo, 2 de março de 2014

Mestres no ventilador

Acabou o carnaval
Cai
Em plena explosão memorável
Que insiste em me olhar nos olhos

Planos não saber por onde andar
Mas sabem pedir pizza
Na data marcada pro milagre

Há mais de mil fragilidades
Cada uma tem um nome
Cada uma tem um som
Cada
uma
fantasia
Não desista dos reis e nem dos bobos

O fim não depende de uma alimentação saudável

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Rede no rio



O rio do mergulho desatento
Agora terra
Não me atende
Desterra no oceano
Seco
Onde peixes voam
E homens não alcançam

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Dia

Uma canção às pretensões
Lado a lado com o seu fim de papo
Continua nas pequenas quedas
Tudo o que temos
É o que você é

Todo dia acaba ao amanhecer 

Noite



É difícil amanhecer em seus olhos
Como se parecem comigo
A esperança é a última
Leva tempo
Mas
Esqueça o sol

Celebraremos o apagar das luzes

domingo, 9 de fevereiro de 2014

TOPO


Pra onde vai se não há perfeição em nenhum caminho
Em nenhum domingo
Em nenhum favor

Um dia chegará ao ponto turístico dos festivais de máscaras
E vai preferir

abandona-lo

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ao elaborar o anoitecer


Eixos
Testemunham
Cinema-Céu

Barcos dedicados
Naufragam
Oceanos

Usina Moinho
Vende
Vento em metal

Pedaços
Homenageiam
São Paulo


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

deusnortear

O que acontece depois da curva
Cantaremos pelo que se foi
Acordaremos para o que é
Sonharemos o que plantamos
Cairemos da cama eterna
Não veremos as legendas
E não saberemos o idioma
Ouvirei a voz do grande senhor
Caminharei descalço pelo jardim de asfalto
Megafones nos dirão como prosseguir
O por do sol será televisionado
Do outro lado da ponte
Haverá outra ponte
Olharemos pra trás
Cegos
Silenciaremos na escuridão
Uma correria sem rumo
Pra tentar voltar
Não nos reconheceremos
Nos agruparemos e acenderemos fogueiras tristes
Contrabandearemos o jornal
Vamos querer ter noticias
Uivaremos cansados
E sonharemos de novo

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Olhares, tratores e a terra na espera

Não vou te chamar
Nenhuma cidade em seu olhar
Só a terra me espera
Pra finalmente
Desmistificar as marcas que conquistam clientes

Pelo vídeo da janela
Vejo a vida
Tratores vem e vão pela avenida
Minha sorte
Minha saída
Ali

Não serei baleado
Não serei convocado
Não serei congestionado
Não serei especialista
Não serei decapitado
E no fim morrerei atingindo por um raio

Eles passarinho
Eu passo em falso sem falar demais

Eternidade hóspede


Foi ontem
Não mais

Estava lá
Enquanto aqui

Alguém esqueceu
Tudo que há

Sou eu

sábado, 18 de janeiro de 2014

Adágio Sarajevo

Bombas só servem para tomadas de decisão
Alguém decide
Alguém desiste
Alguém atinge
Há algo de disciplinar no reino da ilusão
Quando você disse: Lá fora
Apontou para a televisão

Dias antes da explosão
Voam assuntos que interessam
Exército de tabus e boas intenções
Tendências em jogo resplandecem respostas
No filme ativista
No jornal milionário
Restou um pouco de Sarajevo em cada itinerário

Realmente mudar o mundo
É abrir crateras

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A lógica do pedestal



A lógica
é uma órbita em chamas
Faixa de pedestre para airbus
Mágica, triste e carnívora
Cada qual sua promessa
Carnaval previsível
Céu nublado e tempo severo
Sem prazo de entrega
Começa e
prescinde
tudo o que prega

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Overbooking


Feixe de luz 
Tempestade no quarto escuro
Desfizeram-se no futuro
Anos passados
Em segundos

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Depósito permanente


Habitar
Um dormitório com suíte
Veloz , livre, morno e são
Fotografar mil vezes o transtorno
Falta um ano e dois meses para eu me formar em detalhes
Quando vai começar o desfile?
Gostar por gostar também é agressão
Dedicação total aos meus documentos
Já começou o desfile?
Enquanto isso
Uma dança ao som do estômago
Elas me amam
Bactérias nunca nos abandonam
Eu me amo
E me voluntario a esperar as férias
Presto concurso nos vãos
De vez em quando um estágio e uma dança para adiar o paraíso
Gabarito na norma dos crentes
Também aguardo para me mover
Minha cabeça para
Enquanto me arrancam
Dentes


E o desfile ?