quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dispersão



Ao fechar os olhos na escuridão
Você
E suas ruas obscuras
Poesia diz sem discurso
Entre dois descuidos
emissor sem míssil
Receptor sem cep
Se quiseres podemos conversar
Silêncio como forma de escuta
Uma nota suprimida que se ouve mesmo assim
Espere por mim
Uma nova hora acaba de nascer
Na mesma hora em que se foi
Cronômetros são os nossos antepassados
Tão certo quanto
John Cage jamais viveu em NY

Ao fechar os olhos na escuridão
Trator
A tradição inédita e os guias para vanguarda
Me vanglorio por editar
Um vacilo e sabe lá
Vovó já dizia:
O que a voz diz é o que a voz é
Me diz
O que faz pra parecer feliz?
Uma nova moda acaba de morrer
Com o mesmo humor a esmo
Ouçamos o que diz o horário:
O entendimento é secundário
Não seria sem você 
Tão certo quanto
Hoje na Igreja tocou Nirvana


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Não precisa ser dito




Em qualquer lugar
Há anjos
Rosnam feito tigres

Em cada gps
Apagam
Caminhos

Em toda frase
Bancam
Teses indefesas

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Lá fora o tempo fecha aqui dentro

Lá fora o tempo fecha aqui dentro
Não passo em falso pelos passos
Nem todo espaço esta vazio
Nem todo vazio esta vasto
Vago pelas vagas
Pelo que sinto
Pressinto quem passa

O tempo fica
Eu sou quem passa

Assista agora o passar dos meus passos
Pelo que há de passado
Em cada palavra que ...


falta

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

F.I.N.E.

Enquanto caem os sinos
Um mímico nos mostra o fim do orçamento
As decisões não fazem a menor diferença
As horas foram enterradas no jardim das convenções
Uma criança esnoba todo tipo de salvação
Os botes superlotados afundam desesperadamente
Não há nada no cardápio que te satisfaça
A beleza é só um acidente dos seus olhos

Enquanto caem os sinos
Um protesto esconde os seus chinelos
Um meteoro te ensina como se portar à mesa
Não houve mudança no Irã
Não existe mais modos de preparo
E também não há mais números nos calendários

No rádio nenhuma notícia
apenas músicas
de uma banda futuramente desconhecida

Sente falta dos comerciais de shampoo ?
Seu vizinho toca sua campainha
Não atenda
Deixe tocar e veja que a esperança dura pouco nessas ocasiões



segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Buraco no laptop

Fico esperando suas intenções
Até não aguentar mais ser livre
Tomo café ao lado da espiã
Melhor lidar com outra cidade
Falei assim:
 - Pode confirmar
Sempre converso com a Rapunzel sem ajudar
Estou de férias e aconteceu de eu ter juízo
Peço a conta
Uma unica expectativa

Não ver




Catacumba Center

Se eu estiver mentindo pode fazer o mesmo
Super bonder pra segurar o meu depois
No papel reclamo, proclamo, desço do bonde e vou andando.
Tá gostando ?
Acabou o açúcar
Já foi ?
Se eu soubesse dormiria até deus mandar
Trabalho no sono profundo
Sou pessoa física
Movimento uma conta que não laceia o mundo
Ah domingo
Ah férias
Ah aposentadoria
Ah catacumba
Eu amava - como é bom
O celular desperta pra lembrar que não há eternidade

Vamos até onde der
Ela responde:
Gostaria de passear nos seus lábios antes do café