segunda-feira, 31 de maio de 2010

voltas e voltas e voltas

Vamos voltar pra onde a gente sempre se encontra, sem que o sol ilumine mas perto dos olhos do céu.

Vamos voltar das voltas que a vida dá pra sentar no mesmo lugar olhando carros, passos e prédios que passam distantes.

Vamos voltar indiscutivelmente pra sala, abrir a porta com vista pra lua, teve desligada e quadros no chão, sem perguntar como foi ficar longe.

Vamos voltar e discutir nossos sonhos, escalar até a laje sem pipa e misturar os doces e colecionar miragens sem sair do lugar.

Vamos voltar e pregar no deserto algumas flores, iludir o mágico por de trás do pano, garantir o almoço e preparar o jantar antes de abraçar a noite

Vamos voltar e pegar fila com a multidão, caminhar descalço pela avenida e pular de alegria quando gritam gol

Vamos rir de tudo um pouco, mudar de espelho e de planos, sem se importar, e antes da chuva tirar roupa do varal.

Vamos voltar falando alto, jogando domino, juntando as folhas pra montar uma arvore, e estrelas pra se lembrar depois.

Vamos voltar, ainda da tempo, tempo, tempo há quanto tempo não te vejo passar por aqui e cumprimentar.

Vamos passar e chamar o vizinho, erguer um muro alto, dormir no quintal com a tv ligada e torçer pra qualquer escola no carnaval.

Por trás da volta existe um vamos, que não se importa com as folhas que gritam distantes, espelhos magicos da tv e avenidas na sala, nem com a vida em pedaços de deserto que passam descalços no quintal encontrando estrelas que ligam o céu antes das flores.

Se lembra antes do tempo, antes do pulo, antes do caminho, antes da laje, antes do quanto, antes do há, antes do gol, antes do pouco, antes do jantar ?

Tardes e Nuncas

Um dia
Dentro do instante
Passados 5 minutos
Volta como antes

Nove da manhã
Amanhã será novo
Tantas voltas
Em volta do ovo

Sábados de dados
Sorte ou acaso
Jogo a moeda
Sem escolher o lado

Acelero o sol
Pra correr o tempo
Queima mais rápido
E o dia passa lento

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Calendáriodoscópio

Em cada canto
Da saudade
avisto
Suas terras e seus mares

-

Quem inventa
isso que vai
Assim que vemta

Peixe seco

De chuvas impossíveis
A trilha transborda
Pra peixe-marionete
O mar é uma corda

segunda-feira, 24 de maio de 2010

o pôr-do-céu

só sobrevive o breve sobrevento somos sonhos até acordar sustenidos sustentando sem sentido o sol sobre o som leve só o necessário sou solto nesse rio salto desse censo desnecessário cessa o sol sobra sombra acordes sem cores sem pores sempre sem pressa descéu ao chão dessa descida(de)

Se sobrevive

Sobrevoa

sábado, 22 de maio de 2010

Lua Li Bai

Segue no temp(l)o
Vinho em vinho
Vida tamanha
Sonha nuven to
Amortanha

Nó da noite impar

Quando te vi
Bem

Vi aqui e além
Sonho

Certeza

Ser

Sem ser esperado

a m o r
é imper
do ável

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A mãe S

atraves sam
aves vermes mestres
atravez

aixa
f

pede stre para iso
só is so l
sempr
e ssa atrav

céu

quinta-feira, 20 de maio de 2010

me-alar-me

me-alar-me

quem te
VI
quem te
VER

di versos
si multa nêos

expl
oram

ár e as

c ele b
ri

da
dos

en
contra
mun
do

kravo roza

acab
ouçe
oque
era
do


hi
fi
c ou
sem
S or T

ex
cravo
brig ou
carros
a


ok
r
avo

despe d
aço

Rosa

avess Doavesso

a zero
Aza re reza
Acad acerto
Az ed ace do
ComBa co
Comedo
A band on abarco
Des de on tem
A ponto de do
Par a mal a
F aço pes o

Pay Per so na gem
Imã gem
Mar gem

Ret a
Re mo r

Ser

Pen
so

E na
da

Ex
ta


c

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Esse pernilongo

hoje era
O PERNILONGO
o dia
sol raiar
O PERNILONGO
poesia
peito aberto
céu fechado


quem sabe
vem estrela
gira, pisca e estrala
terminando assim

O PERNILONGO

tem um pouco de
bifurcação na estrada
a gente não sabe se escreve ou mata

Napalm Leminski

Lá vem napalm
Na palma da mão
Palavras não mordem
Apenas transformam
Pedra em pão

segunda-feira, 17 de maio de 2010

The Flash

Já passou a época
De ultrapassar o vento
Agora meu passo rápido
Não é mais que passatempo

Omemhobjeto

Tiro os sapatos
>>Pra pisar na grama
Deixo que o céu
>>>>Olhe pra mim
Na poça d’água
>>>>>>O mar profundo
Ofereço flores
>>>>>>>>Sem retirá-las
O que mais eu faço
>>>>>>>>>>Além do mundo?

Praça de São Pedro

Há quem morda a maça no escuro
Há quem vê o reflexo da lua e pula
A face de deus no espelho trincado

Também é a sua

Perco a conta das imperfeições ao apagar
Sonho e esqueço pra não realizar
Sete chaves no vôo do coração
Tranco a porta e sento na privada
Invisível é a tela do filme que passa
Paro e obedeço sem sentir meu furacão
Disfarço a lata com a minha pele
Digo teu nome pra não falar em tentação

Todos cedem, falham, e pedem bis

Até os que caem do céu

I

lu

Mi

Nam

Pois todos somos luz
Há os que ficam e os que pulam da cruz

do colibri pra mim

...também não sou da mágica de sumir, sou mais salto mortal, corda bamba e deixar a vida ir...

O Inédito Benedito

Já perdi as chances
De voltar pro meu lugar
Agora resta a volta
Pra onde ainda não estive
Estivesse eu apaixonado
Pra nadar contra a corrente
E descobrir que esse mar
É
A gente

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Kamibalismo

Eles comem farelos de sol como famintos por luz, comem os nomes, a gravata, o véu, o veludo, os potes de doce, as mães e seus filhos, casulos, árvores, postes, fios elétricos, barracos, mansões, bibliotecas, línguas, a imaginação, o reflexo da lua, castelos de areia, a espada e a cruz, com as próprias mãos.

Eles comem o que vêm pela frente, outras espécies, o que esta ao redor, o antropólogo, a tradição, o desconhecido, soldados, tanques, bandeiras, paises, fadas, feras, semente seca de uma extinta planta que poderia brilhar.

Eles comem os famintos, mastigam os olhos, a alma, a pétala, paginas, pássaros, navios, nuvens, os sobreviventes, o desastre, a questão, orgasmos, estrelas pregadas no escuro do céu, os pregos e o céu.

Eles comem sem lavar as mãos, a chuva, trovões e o raio, o padrão, o perpetuo, o cetro, engolem de uma vez Zeus, jornais, bombas atômicas, a tribo, a cama, o eixo, velhos que passeiam na praça, a praça, casais, promessas e coração.

Eles comem com a boca aberta a fome, o mês de julho, a probabilidade, a prosa , a poesia viva, as colônias, a coluna, as conquistas, os conglomerados internacionais, palitam os dentes devoradores e mastigam o vazio de tudo, o resto, o raso e o profano.

Ele comem sem dó, a primavera, os pernilongos, a wikipédia, as teclas do computador, os robôs recém inventados, os inventores, os anjos, as antas, o capitulo anterior, a terra que não é o centro do universo, o universo e o inverso.

Eles comem cru, engolem o sangue, a lança, a lâmpada, o vidro que nos separa, as cartas, o silêncio, faíscas de nada, o gavião e o punho, o girassol que ficou perdido, o fim da partida, do túnel e o estádio lotado em dia de clássico.

Eles comem um banquete de Jesus e seus apóstolos, as apostas, a ponte, pão, vinho e o espírito santo, a probabilidade, não deixam nem o manto pra contar a historia, comem a historia, o futuro, o hoje e até mesmo o agora.

Eles comem o outro ano, a previsão do tempo, o meu violão, a camisa listrada, the beatles, Yoko Hono, a memória, os mesmos de sempre, o sempre, o ovo, a galinha, o gás, o vasto, o nada, o rastro da gaivota, o crime, o castigo, e seus estômagos continuam pedindo.

Eles comem e acham pouco, comem sem oferecer, o inesperado, o inominável, a fé, a totalidade, a capacidade, os mapas, a maça, os sapatos, a instabilidade, as estatuas de santos, os santos, o escuro, o que não tem vida, a vida, avenidas, os tapetes de sejam bem vindos, a serpente e a mente infinita.

Eles comem o medo, o meio, a chave da porta da frente, a roupa no varal, os cegos, os loucos, as portas, os monges, os que inventam nomes, os que desinventam, o desperdício, os pedaços, o edifício, o guarda da fronteira, os continentes e depois comem o ego e o guardanapo.

Eles comem o fundo do poço, a literatura japonesa, o pau-brasil, os imigrantes, a china, o presidente Obama, os judeus, a segunda guerra mundial, os mortos nas trincheiras, o petróleo, as ilhas que não estão no mapa, o mapa astral, astros de hollywood, o inferno, com direito a todos os ciclos, o palhaço do circo, trombetas, correntes, asas e Ícaros.

Eles comem fuligem, caixas de pandora, quebra-cabeças, patos na montanha, rede de proteção, gafanhotos, uvas sagradas, vacas da índia, papel higiênico usado, a coleção de textos de Shakespeare, o mofo na parede, as quatro paredes, o teto, e janela aberta, o subsolo e a conta de aluguel.

Eles comem o atraso, o relógio, as placas escrito sinta, eles comem quem teme ser devorado, as pirâmides, os faraós, o mar, o cais, o chapéu que o vento leva, o vento, as bocas de lobo, as florestas, o novo mundo, marte, a pizza inteira, o pó, a besteira e se deliciam com a torre eiffel

Eles comem os rins, o rinoceronte, o radar, celular fora do ar, barra de ouro, armas de fogo, o isqueiro, o colete a prova de balas, os pilares da humanidade, as pedras, o caminho, as ruínas, os espinhos, o piano, o som e ainda querem sobremesa.

Eles comem o povo que sabe o que quer, o povo esfarrapado, o povo gripado, o povo que pega latinhas, o povo que pede carona, o povo sem palavras, o povo que quer justiça, o povo que se sacrifica, Eles comem o povo. (Pra acabar com o assunto)

Eles comem a noite, o distante, a saudade, o fim da ligação, a boca, a voz, os planos, os ratos, a carniça, o buraco negro, o sopro de vida, a hora certa, o dado do jogo, as regras do jogo, o jogo, a verdade inventada, a verdade de quem vê, a idade da pedra, a era do ouro, o ciclo do café, a massa e o bolo.

Eles comem o ponto final, o estrago, o sinal fechado, o aço, o jardim, os lírios, as lagrimas, o jato, a saída, o terceiro lugar, as fabricas, o capuz, o pus, Montéquios, Capuletos, o acaso, os apelos, os pelos, os elos, o azul, o cinza, o amarelo, as cores ( com uma mordida )

Eles comem o frio, a folha que cai seca, o guarda chuva em dia de chuva, o carpinteiro, a madeira, as minhocas escondidas, os esconderijos, o imperceptível, os óculos escuros, as lentes de contato, o sinal de fumaça, o manequim do shopping, o osso do cachorro, o cachorro, a espera, o desespero, as pernas cruzadas, o obvio e o breve

Eles comem e querem mais, os ais, as cartas, o homem de lata, tratores, tratados, a beleza, o feio, o falsificado, o botão de rosa, a flor de Hiroshima, a grama, outros tempos, novos rumos, o veneno, o venerado, os heróis, Eros, erros, sorte, a volta por cima, a roupa de baixo, a promoção da loja, a loja, a lapide, a coroa, a cova, a enxada, os vermes e a caveira.


Eles comem os homens canibais
Eles comem os deuses canibais

E depois se comem

A Porta Gaiola

A palavra vida
Não é vida
Em um passo
Cem trilhas
Saio a vagar
Com o obvio
E o nunca visto
Pelas luxuosas ruínas
Da rua sem graça
Estupefatos de estupidez
Chuvosa alegria
Cheios de cachaça
Muito pra dizer
Tropeço na palavra
Muita coisa em uma

E a vida passa

terça-feira, 11 de maio de 2010

Escolhi eu a vós

Cada um o seu destino
Ou segue em silêncio
Ou toca o sino do desatino
Ouvindo a sua voz mais sua
No quebra-cabeça da peça
No olho da decisão
Faça o que tem que fazer
Mas faça depressa

E de coração

Trans-ferir

Outro mesmo dia
Entre o ir e o ficar
E o sol se opôs
Sem
Me raiar

sábado, 8 de maio de 2010

Fechado para pousos e decolagens

Onde estava o escudo?
Escureceu aqui dentro
Liga o sol pra me cegar
E deixa tudo exatamente
Onde nunca vai estar

Cai cai cadente

Chuva de estrelas
Esburacando tetos iluminando quintais
e coroando infelizes capas de jornais
A lua desengonçada desabou
Crateras de piscina jardins solitários
bandeira desbotada grandes passos apagados
e flashes de quem não tinha telescópio
Facilitou pro astronauta
Almoça em casa com seus astronautinhas
São Jorge sem lança se lança no asfalto
De moto com seu capacete de metal
Vi o seu dragão no teatro
Representando o papel do moinho de vento
Tudo pra ser o novo astro internacional
Desistam de buzinar
Nuvens só seguem as vontades do vento
Ficam horas apreciando a vista
Nem olham tua cara de bravo tua mão acenando
E o sinal aberto
Olha só
É impressão minha ou
O azul esta cada vez mais perto ?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tempormim

Tempo de fina flor que brilha sem perfume
Tempo de arte da ambição e do estrume
Tempo apertando a vida na cintura
Tempo ardendo nos olhos do tempo
Numa ampulheta cibernética
Caracteres-estrelas-de-areia
Nosso tempo tem pouco possível
Antes o tempo que parou
Esse mundo já é parte dos músculos de Atlas
Que tanto
Nas costas carregou

Não passa de mágica

Sabe
Você sumiu
Entre folhas, flores e som
Agora somos
Sonho
Que ninguém viu

quarta-feira, 5 de maio de 2010

si len cio sol

Quando descobrir
Que o amor não existe exato exit exu e chão
Não fale nada feche asa túmulo sem tumulto ache galáxia ouro tudo e alto falante mudo
Guarde silêncio lençol azul janela aberta vestido verde
deixe que o girassol siga o caminho dele como hoje sempre e antes
Vai que um desavisado
Vem e vem e vem
E vê algo em você
Que jamais alguém viu

viu

terça-feira, 4 de maio de 2010

Leia-me

( Sem Figuras Nem Diálogos )

Agora acabou a canção
De olho no contine nte
Sobras de sim
Folhas ao vento
Passam na minha mente

Agora acabou o riso
De olho no ex poente
Sobras de mim
Falhas ao vento
Passados na minha lente

Agora acabou a graça
De olho nas cer pente
Sobras de fim
Filhas ao vento
Pássaros na minha frente

Frases praticasuais
Átilã
Sem cais

segunda-feira, 3 de maio de 2010

As incríveis palavras de um par de sapatos engraxados

Ele usava terno cinza pra dizer que não tinha tempo volta ou caspa
tinha um emprego que combinava com gravata vírgula e aspas
Ele só andava de carro prata pra dizer que através do vidro fume via a mesma vida mesma lua mesmo amor e pra economizar sola dos sapatos saia cidade afora sem sair de dentro
Ele gostava de impressionar pra dizer o que era preciso aos prezados pregados sem nunca passar batido e já não era um menino magro era homem fino e só andava pra frente em volta do centro
Ele falava alto pra dizer que não tinha medo rugas ou dente postiço e podia gastar dinheiro mastercards money aos monkeys e dispensar calendários só dois ponteiros em casto movimento

Um dia

Ele berrou:

- Vai se fude.

Não precisou dizer mais nada

E sumiu com o vento

domingo, 2 de maio de 2010

hoje eu fui embora do hoje

Deixei o teu olhar no espelho
Teu vento nos pulmões
Teus lábios no batom
Tua paz na geladeira
Tua carta na caneta
Tua lua no varal
Tua em tom
Teu no eu
Teus às
T no O
Te
Nu
Tem
Hoje eu fui embora levei silêncio nenhum sinal nenhum destino rumo ao chão invisível olhar fixo idéia móvel auto sol plena cruz plano B maremoto novo mar carrossel pelo céu jogo sujo aclamado transe em transe tempestade pelos raios que a noite traz
Ah tá
Então
Até