segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quedas e Saltos na Fronteira

Caem os restos deste céu em pedaços
Caem as grades de todas as prisões da nossa mente
Caem as vacas sagradas de um império esquecido
Caem as luas embandeiradas de uma nação extinta
Caem os olhos no prato de sopa de letrinhas
Em busca de um significado das palavras
Cain e Abel dançam tango em algum lugar de uma Buenos Aires ocupada por maquinas de fronteiras

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mesa pra dois na Estônia

Gostaria de te mandar uma carta
Mas seu endereço se perdeu na minha mente
Gostaria de te abraçar
Mas não há braços em torno do sol
Gostaria de mudar os rumos
Não há remos para os mundos dos olhos
Gostaria de te ouvir cantar
Mas em toda radio as noticias desabam
Gostaria de te ter aqui
Mas meu gosto anda tão estrangeiro ultimamente
Gostaria de arrancar teu sorriso da foto
Despejar pelo céu de São Paulo
E clarear meu caminho numa noite como esta

Cara

Quando teu chão começar a dar sinais de abismo
O labirinto se erguer a sua volta
Palavras voltarem todas as noites para devorarem teu fígado
O gosto seco da inveja não sair da sua boca
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo

Os olhos já vermelhos começarem a falhar
As fotos começarem te cercar como se só sobrasse você
A noite interminável volta a te encontrar diante do computador a toa
Seus amigos parecem distantes e não param de se afastar
Pra onde foram todos?
Teus livros já não te convencem mais
As pedras do xadrez se movem tão rápido
nenhum pensamento vê graça em acompanhar os movimentos
Seus pés também correm na escada rolante
Tente chegar
O relógio te diz que continuará atrasado
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo

No fim do labirinto deu de cara com o abismo
Cada palavra deixa um gosto de chão ao te devorar por dentro
Você no fundo dança suave com a inveja sua amante sem final
Todo o seu plano pela manhã é uma falha-minotauro
Quieto diante do computador
Onde eu fui parar ?
Tentou um movimento que desprotegeu o seu Rei e perdeu sua Rainha
Teus pés não respondem aos seus chamados
Olha no espelho e da de cara com o relógio
Vá com calma
Meu amigo
As coisas podem tomar outro rumo
Vá com calma

domingo, 5 de fevereiro de 2012

blusas para o inferno

A vista nunca foi tão cega
Das janelas dos teus olhos me olho no espelho
Onde guardo os lençóis da nossa noite
Onde agrado o choro do silêncio
Onde ando sem hora pra voltar

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Marmotas

Estão levando
Os olhos do céu diante de nossos olhos
Estão levando
O sol do povo em plena luz do dia
Estão levando
As asas do Ícaro-Terrestre em pleno vôo
Estão Nevando
Nas fogueiras da mudança em pleno fogo
Estão Uivando
Para as luas de saturno em plena lua cheia
Estão velando
As vitimas da pobreza em arcas de diamante
Estão dinamitando
As muralhas da calma na bolsa de valores
Estão valendo
O preço
Que nos oprime