quarta-feira, 25 de abril de 2012

Memória sem calendário


Ouvi uma canção
Com melodia estridente
que lembrava os cantos dos Inuks de Praga
Antes de estenderem as bandeiras dos exércitos derrotados

Ouvi uma canção
Me soava familiar
Talvez saída do piano da tia Esther
Ecoando por Osasco
Numa noite de Janeiro
Ou do rádio de pilha num domingo frio em BH

Ouvi uma canção
Com uma letra de dar gosto
Lembraram os versos de Alighieri
Nas passagens da Comédia

Ouvi uma canção
Nunca me esqueci
Falava de tempestades e rugidos de trovão
Falava do amor do deus de Sales pelos que se sacrificaram na altar de Melthior
Falava dos estranhos que nos reconhecem na multidão
E das coisas que acompanham nossas vidas

Ouvi uma canção
Que nunca ouvi novamente
Esta sempre a tocar

Na memoria









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