quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Avenida Purgatório

Não haverá nenhum fechamento quando todos os caminhoneiros desiludidos e desprezados jogarem suas mentes na lagoa dos prazeres sem culpa sem pecado nenhuma placa passagem livre pra escolha de sua liberdade

Atropelarão os senadores distraídos ao atravessarem a rua da justiça em seus ternos de desperdício pagos com as moedas do povo nos templos de horas semanais enquanto olham pro céu em suas manobras e pedem votos

E que todos os astros divinos e urubus no acostamento interpretem mal cada palavra ressoada nas canções alteradas em ecos de dissintonia destas bocas sujas de molho fino enquanto passam fome em goteiras de esperança quatro paredes e um pedaço de papelão sem chegar perto da migalha jogada pelo País do futuro

Enquanto suas Barbies de diamante transam com seu cartão de credito de carro conversível e uma vaga garantida na melhor faculdade do faça fácil planejando viagens sem rumo onde não há pedágios nas calçadas pros que querem escapar do trânsito

E suas tropas de guardiões armados de ódio e pressão queimando maconha queimando dinheiro querendo impor a lei que lei ? quem é lei ? de quem ? pra quem ? a nossa lei é farinha pouca meu pilão primeiro do mais é licenciamento

A contaminação não respeita sinalização soam as buzinas do apocalipse altos ruídos que cortam nuvens e asfalto abaixam o vidro e mandam cartas e espalham seus sinos de guerra pelo próximo diante da luz vermelha neste cruzamento de corpos enlatados com o pouco que lhes restam

Ainda decretarão numa segunda-feira prisão perpetua por estupro dos reboques de Jesus e de todas as mãos iluminadas que lutaram para avançar poucos metros nesse trânsito caótico sem nada em troca falando aos porcos sobre almas de anjos

Até lá serão pisados e degolados estudante que forem picados pela tarântula da loucura e se tornarem pedras em seus pneus exigindo o que têm por direito e que pode ser feito mas é impossível o possível em transe impossível em breve essa carreata será imbatível flutuará pelos desertos como lagartos

Muitos são os silêncios que espreitam no muro sem mostrar os olhos encarando tijolos na espera do tapa que virá e que venha o tapa que revidem o tapa que sejam o tapa dos que deliram fascinantes por marchas dos soldados israelenses em gaza

Libertarão os presos políticos libertarão a política libertarão Cuba libertarão a liberdade deixando a pista livre pra quem quiser acelerar seu espírito em direção ao infinito onde na vida em horário de pico não se alcança com os corações e nem com farol alto

E todos os direitos humanos na sua capacidade máxima de tração proclamados e os não falados não escritos não ousados serão transformados em água limpa saltando dos cofres da pureza com a velocidade dos que são livres não dando a mínima.

trânsito que impede o mergulho dos afogados na superfície trânsito que existe dentro dos seres trânsito trânsito sem fim trânsito líder de povos trânsito entre mentes e corações nestas incontáveis distancias de trânsito entre olhares trânsito de palavras no pisca alerta trânsito acumulando medo nas faixas trazendo mais trânsito só existe o trânsito acenda uma vela para o guarda de trânsito façam suas preces para o semáforo estamos todos inutilizados no trânsito da impossibilidade seca

TRANSITO EM MIM
TRANSITO EM MIM
TRÂNSITO

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